Bobi, o cão português que chegou a ser considerado o cão mais velho do mundo, perdeu o título, anunciou o Guinness World Records (GWR).
A revisão, conduzida "de acordo com o processo de revisão e apelação do GWR, concluiu que o GWR não tem as evidências necessárias para apoiar a reivindicação de Bobi como detentor do registo [de cão mais velho do mundo]", pode ler-se numa nota da entidade.
Mark McKinley, Diretor de Registos da GWR, que conduziu a análise, disse que a organização tem "muito orgulho em garantir da melhor forma possível a precisão e integridade de todos os títulos de discos"
"Na sequência das preocupações levantadas por veterinários e outros especialistas, tanto a nível privado como público, e as conclusões das investigações conduzidas por alguns meios de comunicação, considerámos importante abrir uma revisão do registo de Bobi", continua.
Chip não tem os dados requeridos pela Guinness
Explicando a forma de verificação, McKinley diz ser necessário no mínimo duas declarações de testemunhas e especialistas no assunto, juntamente com fotos e vídeos e, quando apropriado, "dados fornecidos pela tecnologia relevantes para a conquista".
"Podem ser dados de GPS para um registo de viagem, dados de cronometragem para um registo de velocidade ou, quando disponíveis; dados de microchip para provar a idade de um animal de estimação."
"O centro da evidência de Bobi eram os dados do microchip provenientes do banco de dados do governo português, o SIAC, que, ao que parece, quando chipado em 2022, não exigia prova de idade para cães nascidos antes de 2008. Com a declaração veterinária adicional fornecida como prova para a idade de Bobi também citando os dados do microchip, ficamos sem nenhuma evidência conclusiva que possa provar definitivamente a data de nascimento de Bobi", prosseguem, justificando.
“Sem qualquer evidência conclusiva disponível neste momento, simplesmente não podemos manter Bobi como detentor do recorde e reivindicar honestamente que mantemos os altos padrões que estabelecemos para nós mesmos", termina a declaração.
Lembre-se que Bobi, que morreu a 21 de outubro aos 31 anos, ficou na história por ser considerado o cão mais velho do mundo. O Guinness World Records investigou se o animal português viveu realmente 31 anos e 165 dias, após vários veterinários terem questionado se seria biologicamente possível um cão viver o equivalente a 200 anos humanos.
Temática dos microchips dificulta encontrar novo recordista
Com a retirada de Bibi do pódio, levanta-se agora a questão de encontrar um novo recordista, mas o especialista frisa a dificuldade.
"Vai levar muito tempo para que a adoção de microchips em todo o mundo alcance a posse de animais de estimação, especialmente de animais de estimação mais velhos", lembra, dizendo que até lá o Guiness vai exigir provas documentais de todos os anos de vida do um animal de estimação bem como depoimentos de veterinários e testemunhas, mas também os dados de microchip, quando disponíveis.
"É por esta razão que ainda não estamos em condições de confirmar um novo detentor do recorde, embora certamente esperemos que a publicidade em torno do título do recorde incentive os donos de animais de estimação de todo o mundo a entrar em contacto", disse por fim McKinley.
[Notícia atualizada às 12h56]
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