"É a todos os títulos condenável o incidente de ontem [quinta-feira] em Gaza, com uso de fogo por parte de forças israelitas contra civis em busca de ajuda alimentar. Há mais de 100 mortos a lamentar", escreveu Augusto Santos Silva, numa mensagem publicada numa rede social.
O presidente da Assembleia da República considerou ainda que "são já muitos milhares as vítimas civis dos ataques do Hamas e de Israel, desde que começou este conflito", em 07 de outubro.
"É urgente um cessar fogo, assim como a libertação de todos os reféns. Só o reconhecimento do direito da Palestina a ser um Estado independente pode resolver o conflito", acrescentou Santos Silva.
Pelo menos 109 habitantes de Gaza morreram e 760 ficaram feridos durante a madrugada de quinta-feira, enquanto aguardavam a chegada de ajuda humanitária transportada por uma caravana de 32 camiões, segundo o Ministério da Saúde, controlado pelo movimento islamita Hamas, que responsabilizou as tropas israelitas.
Por seu lado, o Exército israelita negou ter atacado um comboio humanitário no norte de Gaza, afirmando que os militares estavam a garantir a segurança dos camiões, e garantiu que Israel não limita a ajuda destinada aos palestinianos.
Antes, fontes israelitas tinham admitido à agência France-Presse ter disparado munições reais contra a multidão.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, "condenou o incidente" no norte de Gaza e manifestou-se "consternado com o trágico custo humano do conflito".
"Os civis desesperados em Gaza precisam de ajuda urgente, incluindo os do norte sitiado, onde as Nações Unidas não conseguem fornecer ajuda há mais de uma semana", disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.
O Exército israelita lançou uma ofensiva contra Gaza em retaliação aos ataques do grupo islamita palestiniano de 07 de outubro, que provocaram quase 1.200 mortos e 240 raptados.
Desde então, as autoridades de Gaza relataram a morte de mais de 30.000 palestinianos, além de mais de 400 na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, devido às ações das forças de segurança e aos ataques israelitas.
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