De acordo com a evolução histórica das eleições e a perceção dos portugueses sobre a política, desde o 25 de abril de 1974 até às últimas eleições, em 2022, num retrato elaborado pela base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, o partido com mais votos numa eleição legislativa foi o PSD, que obteve 2,9 milhões de votos na recondução de Cavaco Silva, em 1991.
Já o PS obteve a sua maior votação em 2005, com o primeiro Governo de José Sócrates (2,6 milhões de votos).
Desde que Portugal é uma democracia, o PS formou Governo por nove vezes, das quais cinco ocorreram nas últimas duas décadas, enquanto o PSD liderou seis executivos nos últimos 21 anos.
Desde 1976, apenas seis dos 16 governos concluíram o mandato: 1987-1991 e 1991-1995 com Cavaco Silva, 1995-1999 com António Guterres, 2011-2015 com José Sócrates, 2005-2009 com Pedro Passos Coelho e 2015-2019 com António Costa.
No período democrático, foram eleitos seis Governos com maioria absoluta, quatro liderados pelo PSD (dois com a Aliança Democrática (AD) liderada por Sá Carneiro, em 1979 e 1980, e dois com Cavaco Silva, em 1987 e 1991) e dois pelo PS (um com José Sócrates, em 2005, e um com António Costa, em 2022), sendo que apenas Cavaco Silva e José Sócrates conseguiram concluir os seus mandatos.
O relatório também salienta que, nos últimos 30 anos, o partido que elegeu o maior número de deputados numa eleição foi o PS, com 121 nas legislativas de 2005, enquanto o partido que mais deputados perdeu foi o PSD, em 2005, quando passou de 105 para 75.
Na evolução histórica, destaque ainda para a perda do número de mandatos do CDS-PP, nas últimas três décadas, que, tendo estado entre as três forças partidárias com maior número de deputados em quatro eleições, não conseguiu eleger nas últimas eleições.
Já o Chega e a Iniciativa Liberal (IL) foram os partidos que mais cresceram nas duas últimas eleições, representando atualmente as terceira e quarta forças partidárias na Assembleia da República.
A Pordata aponta também que, desde 2015, as mulheres representam pelo menos um terço dos deputados na Assembleia da República, sendo que o parlamento com menos mulheres foi o de 1976 (15 deputadas que representavam 5,7% do total) e aquele que contou com mais mulheres foi o de 2019, com cerca de quatro em cada 10 deputados (38,7%).
Nas 16 eleições legislativas realizadas desde o 25 de Abril de 1974, mais de metade dos eleitores foram votar, exceto nas de 2019, quando António Costa assumiu o segundo mandato como primeiro-ministro, em que a taxa de abstenção foi de 51,4%.
Entre 1976 e 2022, mais de 90 milhões de votos entraram nas urnas, sendo a eleição com maior taxa de participação a de 1979, embora a de 1980 tenha registado mais votos em termos absolutos (6.028.601), com ambas a dar a vitória à AD, liderada por Sá Carneiro.
As taxas de participação têm registado uma diminuição ao longo dos anos e, segundo a base de dados estatísticos, a partir de 2009, já menos de 60% dos eleitores exerceram o seu direito de voto.
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