Morreu Nuno Júdice, "um dos mais prolíficos poetas". Marcelo dá "pesar"
O autor tinha 74 anos.
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O poeta e ensaísta português Nuno Júdice morreu este domingo, aos 74 anos. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já manifestou o seu "sincero pesar", tendo descrito o académico enquanto "autor decisivo numa época de transição da poesia portuguesa".
"A sua obra poética e o trabalho de décadas em diferentes instituições foram um contributo maior para a singularidade, o cosmopolitismo e a projeção da literatura portuguesa. À sua família, e em especial à sua mulher, Manuela Júdice, o Presidente da República manifesta o seu sincero pesar e a sua gratidão e homenagem", lamentou Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada na página da Presidência da República.
A notícia foi, também, confirmada pela editora Dom Quixote à agência Lusa, que notou ter tomado conhecimento da morte do autor "com profundo pesar e sentida consternação".
"Foi com profundo pesar e sentida consternação que na Leya e principalmente na Dom Quixote tomamos conhecimento da triste notícia do falecimento de Nuno Júdice, hoje, em Lisboa, vítima de doença. Uma notícia que abalou todos os que trabalharam mais de perto com Nuno Júdice mas, com toda a certeza, todos os seus muitos leitores e admiradores. E que sem dúvida deixa mais pobre a literatura e a poesia portuguesas", pode ler-se no comunicado enviado à Lusa.
Natural da Mexilhoeira Grande, em Portimão, Nuno Júdice "foi um autor decisivo numa época de transição da poesia portuguesa, entre as tendências experimentais da década de 1960 e o tom mais quotidiano dos anos 80 e seguintes", apontou o chefe de Estado, na mesma nota.
E complementou: "Mesmo no contexto da geração de 70, a que pertencia, não se parecia com nenhum outro, com os seus versos por vezes longos, discursivos, meditativos, o tom tardo-romântico, as interrogações sobre a noção de poema, mais tarde o pendor evocativo, melancólico ou irónico."
Enquanto "um dos mais prolíficos poetas portugueses, e um dos mais traduzidos", Nuno Júdice "era o mais reconhecido internacionalmente", tendo sido galardoado, entre outros, com o Prémio Ibero-Americano Rainha Sofia.
"O volume '50 Anos de Poesia (1972-2022)' é uma súmula desse percurso de meio século", assinalou o Presidente, que recordou ainda o percurso do autor enquanto professor na Universidade Nova de Lisboa e "ensaísta com obra publicada no âmbito da literatura portuguesa da Idade Média à atualidade".
Nuno Júdice foi, ainda, "um ficcionista inesperado e inventivo; tradutor e organizador de antologias; diretor de revistas literárias como a 'Tabacaria' e a 'Colóquio-Letras'; e exerceu funções de conselheiro cultural da Embaixada de Portugal em Paris, onde também dirigiu o Instituto Camões", enumerou o chefe de Estado.
[Notícia atualizada às 21h18]
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