"Uma hora depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado uma resolução apelando a um cessar-fogo, o Hamas (uma organização terrorista) elogiou-a. 2 horas mais tarde, recusou o acordo proposto pelos EUA e pelos países árabes, que condicionava o fim dos combates à libertação dos reféns", escreveu Dor Shapira numa mensagem divulgada na rede social X.
"Por vezes, até eu fico sem palavras...", admitiu.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) adotou na segunda-feira uma resolução proposta pelos 10 Estados-membros eleitos que exige um cessar-fogo imediato em Gaza durante o Ramadão, o mês sagrado dos muçulmanos.
O texto recebeu 14 votos a favor e uma abstenção dos Estados Unidos da América, que permitiu a aprovação da resolução.
Uma hora depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado uma resolução apelando a um cessar-fogo, o Hamas (uma organização terrorista) elogiou-a. 2 horas mais tarde, recusou o acordo proposto pelos EUA e pelos países árabes, que condicionava o fim dos combates à libertação…
— Dor Shapira🇮🇱🇵🇹 (@ShapiraDor) March 26, 2024
Após mais cinco meses de guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas em Gaza, esta foi a primeira vez que o Conselho de Segurança conseguiu aprovar uma resolução relativamente a um cessar-fogo no enclave, após vários projetos terem sido consecutivamente vetados.
Israel mostrou-se, de imediato, desagradado com a posição tomada pelos Estados Unidos, tendo o primeiro-ministro, Benjamim Netanyahu, decidido decidiu cancelar uma visita prevista a Washington de uma delegação israelita de alto nível.
Segundo Netanyahu, os EUA recuariam em relação à sua "posição de princípio", ao permitirem que a votação fosse aprovada sem condicionar o cessar-fogo à libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
A embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, ainda defendeu que o cessar-fogo em Gaza só podia começar quando fosse libertado um primeiro refém dos ainda detidos pelo Hamas e, horas mais tarde, Washington defendeu que a resolução "não é vinculativa", mas Israel acusou o aliado de ter "prejudicou os esforços de guerra e a libertação dos reféns".
A decisão do Conselho de Segurança foi rapidamente elogiada pela Autoridade Nacional Palestiniana e pelo movimento islamita Hamas, tendo ambos pedido maior pressão sobre Israel para que a o cessar-fogo fosse aplicado "de imediato".
O Hamas manifestou igualmente disponibilidade para participar num processo "imediato de troca de prisioneiros", sublinhando simultaneamente a necessidade de liberdade de circulação no enclave palestiniano para a distribuição adequada da ajuda humanitária.
Apesar da resolução, os ataques aéreos de Israel e os confrontos com militantes do Hamas continuaram hoje na Faixa de Gaza, onde o grupo islamita referiu terem sido mortas 70 pessoas esta madrugada.
A guerra de Israel contra o Hamas foi desencadeada pelos ataques do grupo islamita palestiniano em solo israelita a 07 de outubro passado, em que foram mortas cerca de 1.200 pessoas e raptadas mais de duas centenas.
As autoridades de saúde de Gaza, controladas pelos islamitas, afirmam que a retaliação israelita já fez mais de 32 mil mortos.
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