Numa nota enviada à agência Lusa, o presidente da Zero, Francisco Ferreira, destacou como "pontos fortes" da nova ministra a sua posição, alinhada com a associação, sobre o "investimento excessivo em hidrogénio verde" e a crítica de "algumas centrais solares de grande dimensão".
Considerou também que Maria da Graça Carvalho "não se deverá desviar da defesa de políticas climáticas ambiciosas por Portugal".
Como "pontos fracos" apontou o "desequilíbrio entre as componentes energia e ambiente, com menor experiência nesta última área".
"Como eurodeputada, em linha com as posições do Partido Popular Europeu, tem tido muitas posições contra o que as organizações ambientalistas têm defendido em diversos dossiers do Pacto Ecológico Europeu", sublinhou o ambientalista.
Francisco Ferreira defendeu ser essencial que a área das florestas fique no Ministério do Ambiente e não no da Agricultura, "pela necessidade de continuar uma política integrada com a conservação da natureza e continuar os trabalhos indispensáveis de estruturação do setor após os incêndios de 2017".
Como dossiers prioritários, apontou a necessidade de "acelerar muito a implementação da Lei de Bases do Clima, entregar a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 à Comissão Europeia e terminar o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2045".
Defendeu igualmente a necessidade de concertar "soluções adequadas e estruturantes para a gestão da água, não alinhando em mais barragens e na promoção de transvases, mas sim na redução do desperdício, aumento da eficiência hídrica e investimentos moderados na garantia de abastecimento".
Conseguir ultrapassar "os enormes atrasos" de metas previstas no Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos em termos de metas de redução, reutilização e reciclagem, bem como de implementação do Sistema de Depósito com Retorno são outras medidas defendidas pela Zero.
Apela também à publicação de uma legislação que o anterior Governo não efetuou que visa a descontaminação dos solos contaminados e à decisão, "com profunda base técnica proporcionada pela Comissão Técnica Independente", sobre o novo aeroporto, excluindo Montijo e desativando Humberto Delgado.
Luís Montenegro e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomam posse na terça-feira e os secretários de Estado na sexta-feira. O debate do programa de Governo está marcado para 11 e 12 de abril.
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