As buscas pelo homem de 45 anos e de um dos jovens que desapareceram no mar, depois de a embarcação em que seguiam com outras três pessoas ter naufragado, este domingo, perto de Tróia, em Grândola, prosseguiram "até ao pôr do sol", altura em que foram interrompidas, devido à temperatura da água e à falta de luz solar. Até ao momento, foram encontrados sem vida um dos jovens e uma criança de 13 anos - filho do homem de 45 anos que continua desaparecido. O timoneiro, de 62 anos, foi resgatado com vida.
As buscas, que seguiram "até ao pôr do sol, às 20h00", serão retomadas na manhã de segunda-feira, pelas 7h30, segundo adiantou o capitão do Porto de Setúbal e comandante-local da Polícia Marítima, Serrano Augusto, ao Notícias ao Minuto.
O responsável disse ainda estar a contar com a mobilização de drones e de meios no mar e em terra, sendo que não se deu a descoberta de "mais indícios nem de corpos".
Só às 9h00 de segunda-feira é que as vítimas mortais serão identificadas pelas famílias.
Saliente-se que os mergulhadores que realizaram buscas nas imediações da embarcação não detetaram "nada" no seu interior, disse Serrano Augusto ao Notícias ao Minuto.
Antes, Serrano Augusto esclareceu que os dois jovens de 21 e 23 anos são irmãos, e que o timoneiro não tinha qualquer relação de parentesco com os restantes tripulantes, em declarações à CNN Portugal. Além disso, apenas a criança, cujo pai ainda está desaparecido, vestia um colete salva-vidas.
Entretanto, os corpos do menor e de um dos jovens já foram levados para os serviços de Medicina Legal do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, segundo disse Serrano Augusto à agência Lusa.
A criança foi detetada e recuperada por elementos do comando-local da Polícia Marítima de Setúbal, enquanto o corpo da outra vítima mortal "foi detetado pela aeronave da Força Aérea Portuguesa, tendo sido recuperado pela embarcação da Polícia Marítima".
O naufrágio terá acontecido por volta das 7h00, a cerca de milha e meia (aproximadamente três quilómetros) de Tróia, mas a Polícia Marítima só recebeu o alerta às 10h05. De acordo com Serrano Augusto, a embarcação ter-se-á virado quando foi alvo de "um golpe de mar, que fez com que os passageiros tivessem sido 'cuspidos' para a água".
Apesar de o responsável da Polícia Marítima de Setúbal ter inicialmente referido que as cinco pessoas eram da zona de Santiago do Cacém, fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo Litoral afiançou à Lusa que os dois irmãos "eram naturais e residentes em Cadoços, Grândola". Serrano Augusto também confirmou ao Notícias ao Minuto que todas as vítimas residiam em Grândola, na mesma rua, perto umas das outras.
No mar, foram empenhadas uma embarcação da Polícia Marítima de Setúbal e duas embarcações das Estações Salva-vidas de Sesimbra e Sines. Por seu turno, estiveram em terra elementos da Polícia Marítima, dos Bombeiros Voluntários de Grândola e da Guarda Nacional Republicana (GNR) da Comporta.
Colaboraram nas buscas drones do Centro de Experimentação Operacional da Marinha (CEOM), um navio da Marinha Portuguesa e uma aeronave da Força Aérea Portuguesa.
O Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima foi ativado e encontra-se a prestar apoio.
[Notícia atualizada às 20h21]
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