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25 Abril? Celebração iniciou com Esquerda e acaba com Governo de Direita

O Presidente da República assinalou hoje que as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril começaram com um Governo de esquerda, do PS, e acabam com um Governo de direita, do PSD/CDS-PP.

25 Abril? Celebração iniciou com Esquerda e acaba com Governo de Direita
Notícias ao Minuto

19:21 - 12/04/24 por Lusa

País 25 Abril

"Mas isso é uma virtude de Portugal. Quer dizer que há um consenso nacional óbvio relativamente ao 25 de Abril", sustentou.

O chefe de Estado, que falava na inauguração da exposição "O Movimento das Forças Armadas (MFA) e o 25 de Abril", na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, saudou os capitães de Abril por contarem a sua história, fazendo "uma ponte entre o passado, o presente e o futuro" e "uma ponte entre Portugais diferentes".

Depois, realçou que esses militares "viveram uma parte importante da sua vida antes do 25 de Abril" de 1974 "e outra parte importante da sua vida a seguir ao 25 de Abril, no período de transição, e outra parte importante da sua vida depois do período de transição" e considerou que foram "sempre construindo Abril".

"Eis como se pode construir Abril e começar a construir Abril com umas celebrações que começam com um Governo de esquerda e acabam com um Governo de direita. Mas isso é uma virtude de Portugal", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Segundo o Presidente da República, "quer dizer que há um consenso nacional óbvio relativamente ao 25 de Abril, à liberdade, à democracia, àquilo que foi um passo enorme na descolonização, naquilo que é uma exigência constante, nunca acabada, no desenvolvimento económico, social, cultural e sustentável".

No fim do seu discurso, exclamou: "Em suma, viva o 25 de Abril, viva Portugal".

Nesta ocasião, o chefe de Estado referiu-se às condecorações de militares de Abril que tem feito desde 2021, "quase três centenas" até agora, e anunciou que "brevemente serão atribuídas as medalhas de participação àqueles que participaram sem responsabilidades de comando, mas foram fundamentais para aquilo que se viveu no 25 de Abril".

Enquanto visitava a exposição, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre a não divulgação no portal da Presidência da República na Internet de condecorações feitas em julho do ano passado a militares que participaram no 25 de Abril, incluindo os antigos chefes de Estado Spínola e Costa Gomes.

"Foi lapso, a condecoração foi em julho, mas só saiu no Diário da República em agosto, mete-se o verão e no intervalo entre julho e agosto acabou por não sair a notícia", respondeu.

O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, que estava seu lado, reagiu defendendo que "a situação foi anunciada", apenas "não foi publicada no 'site' da Presidência".

"Eu, aliás, até achei que a reação maior fosse a reação de alguns setores conservadores em relação aos militares mais à esquerda, que lá estavam todos, mas não, depois foi ao contrário", observou Marcelo Rebelo de Sousa.

A seguir, na sua intervenção, Vasco Lourenço manifestou a esperança de que, perante "as ondas do neofascismo que parece que estão para aí a querer voltar a aparecer", as pessoas olhem para o 25 de Abril "como uma referência de uma libertação, de uma sociedade democrática, livre e em paz".

Na inauguração desta exposição estiveram também os ministros da Presidência, António Leitão Amaro, da Defesa Nacional, Nuno Melo, e da Cultura, Dalila Rodrigues, e a comissária executiva da Estrutura de Missão para as Comemorações do 50.º Aniversário do 25 de Abril, Maria Inácia Rezola.

Em nome do Governo, o ministro da Presidência dirigiu-se aos militares que participaram no 25 de Abril e que antes "com as suas vidas, com o seu sangue, com os seus sacrifícios, fizeram também a luta pela pátria", na guerra colonial, agradecendo-lhes.

"Esse sangue vertido pelos portugueses pelo mundo fora por vários continentes é uma honra para a história portuguesa", considerou.

Quanto ao presente, Leitão Amaro prometeu que o Governo fará "tudo para honrar o sonho que se abriu naquela madrugada" e para "dar a democracia e o desenvolvimento a muitos que não têm oportunidades, a muitos que estão nas ruas deste país sem casa para viver, sem saúde a que consigam aceder, com salários que não chegam para pagar as contas".

[Notícia atualizada às 20h30]

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