Na nota, os comunistas madeirenses dizem que morreu um "defensor da autonomia" da Madeira, e sublinham que a memória do militante e dirigente partidário "prevalecerá como antifascista e democrata, no país e na região".
O PCP destaca "o seu contributo cívico e a sua intervenção política e social", recordando que foi deputado na Assembleia Legislativa da Madeira (1993) e autarca no Funchal, e que se distinguiu como advogado e intelectual.
Rui Nepomuceno, acrescenta, foi um "defensor dos valores e Abril" e será recordado também pela "vasta obra historiográfica e literária, assim como também pela sua reflexão e proposta sobre o aprofundamento da autonomia política e administrativa em Portugal".
Rui Nepomuceno nasceu em 10 de maio de 1936, no Funchal, e licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo participado em lutas académicas contra o salazarismo.
Militante da Oposição Democrática, subscreveu, em 1969, a denominada "Carta a um Governador", que reivindicava a democracia e a autonomia política para a Madeira.
Foi agraciado, em 2009, pelo então Presidente da República Aníbal Cavaco Silva com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, escreveu na sua página oficial do Facebook ter recebido "com grande tristeza" a notícia do óbito.
O social-democrata considera ser "uma grande perda para a região, a deste grande advogado, político, autor e historiador que dedicou a sua vida à defesa das causas em que tanto acreditava".
Rui Nepomuceno é autor de vários livros, entre os quais "As crise de subsistência na História da Madeira" (1994), "Uma perspetiva da história da Madeira (2003), "História da Madeira: uma visão actual" (2006) e "O Movimento Democrático na Madeira e no Continente (Séc. XIX e Séc. XX)", a sua última obra, de 2023.
Leia Também: 'Identidade e Família'. PAN, PS, BE e PCP criticam ideias "retrógradas"