Cerimónia militar abre comemorações do 25 de Abril em Lisboa

O programa da Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril em Lisboa, na quinta-feira, começa com uma cerimónia militar no Terreiro do Paço na presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

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Lusa
24/04/2024 10:13 ‧ 24/04/2024 por Lusa

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25 de Abril

As comemorações, com início às 09h00, incluem às 09h40 a recriação histórica "Operação fim de regime", iniciada no dia anterior na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, com a colaboração da Associação Portuguesa de Veículos Militares Antigos.

Uma réplica da coluna comandada pelo capitão Salgueiro Maia, que há 50 anos saiu de Santarém rumo a Lisboa, chega ao Terreiro do Paço a tempo de desfilar perante Marcelo Rebelo de Sousa e restantes entidades.

As antigas viaturas do Exército ficam ali estacionadas até às 12h00, proporcionado a interação dos cidadãos com os militares de Abril presentes.

"Estará também exposto um carro de combate 'M47 Patton', representando as forças militares leais ao Governo de Marcelo Caetano", informa a Comissão Comemorativa, liderada pela historiadora e comissária executiva Maria Inácia Rezola.

A comissão "junta-se à mobilização coletiva para assinalar os 50 anos do derrube da ditadura e celebrar 50 anos de liberdade", nas ruas de Lisboa, apelando aos cidadãos para percorrerem "os caminhos da revolução".

O golpe realizado com sucesso, há meio século, pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) derrubou o regime autoritário vigente durante 48 anos em Portugal, primeiro como Ditadura Nacional, após o 28 de Maio de 1926, e depois com o Estado Novo de Salazar, quando em 1933 entrou em vigor a Constituição de inspiração corporativa.

Às 11h30, realiza-se na Assembleia da República, em São Bento, a cerimónia solene alusiva aos 50 anos do 25 de Abril.

Entretanto, na Baixa de Lisboa, é retomada às 12h00 a recriação "Operação fim de regime".

"Os veículos militares antigos iniciam a recriação da marcha sobre o Quartel do Carmo e o cerco ao local. Será reconstituído o trajeto efetuado em 1974, com a saída do Terreiro do Paço até ao Rossio, subindo a rua do Carmo e a rua do Sacramento", de acordo com o programa.

As viaturas, que simbolizam o MFA, estão depois expostas no Largo do Carmo, até às 16h00, ficando o Quartel do Carmo aberto ao público todo o dia.

Organizado pela Comissão Promotora das Comemorações Populares, o tradicional desfile do 25 de Abril, na avenida da Liberdade, começa às 15h00, terminando no Rossio, onde acontecem intervenções políticas e momentos culturais.

Às 16h00, recomeça a reconstituição histórica no Largo do Carmo, de onde sai uma coluna militar para o quartel da Pontinha, encenando o transporte do presidente do Conselho deposto, Marcelo Caetano, até ao posto de comando do MFA, no qual destacou o estratega do golpe e então major Otelo Saraiva de Carvalho.

Em Lisboa, as comemorações começam já hoje, às 22h00, no Terreiro do Paço, com o espetáculo "Uma ideia de futuro" e o 'video mapping' "25 de Abril, quinta-feira".

No espetáculo audiovisual, com entrada livre, participam seis jovens "que traçam um retrato do Portugal de hoje e mostram o caminho percorrido", além de 180 músicos que constroem a banda sonora a partir de temas de José Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fausto, Adriano Correia de Oliveira, Fernando Lopes Graça e Carlos Paredes.

Também para hoje, às 22h15, no Porto, na avenida dos Aliados, está marcado o concerto "Aliados à liberdade" e a projeção do mesmo 'video mapping'.

Participam os Canto Nono, Vozes da Rádio e Coral de Letras da Universidade do Porto. Também vão estar em palco Pedro Lamares e Odete Moço, combinando vozes com poesia.

Em Santarém, o programa começa hoje, às 21h00, e inclui o 'video mapping' e a peça "Esta é a madrugada que eu esperava", com encenação de Rita Lello e texto do coronel Correia Bernardo.

Segundo um estudo do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e do ISCTE -- Instituto Universitário de Lisboa, divulgado na sexta-feira, o 25 de Abril de 1974 é o facto mais importante da Históri NS a de Portugal para 65% dos inquiridos.

Leia Também: 25 de Abril "não tem de ser comemorado em parelha com mais nenhum dia"

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