O número de casos de sarampo em Portugal aumentou, esta semana, em Portugal, para 23, de acordo com os dados recolhidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Em relação à semana passada, foram registados mais três casos - dois na Região de Lisboa e Vale do Tejo e um na Região Norte.
De um total de 169 casos suspeitos notificados entre 1 de janeiro e 21 de abril deste ano, 140 foram descartados.
Durante estes dias, a diretora-geral da Saúde deixou um alerta, referindo que existem "elevadas taxas de cobertura nacionais".
Numa cerimónia em Arronches, no distrito de Portalegre, a diretora-geral da Saúde deixou o alerta, já na semana passada, para a atuação contra a doença. "Precisamos de atuar para que as pessoas continuem a vacinar-se e para se vacinarem de forma atempada. Se for para vacinar ao ano de idade não devemos vacinar ao ano e três meses", explicou.
Já esta sexta-feira, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) reforçou este apelo, alertando que a vacinação é "a principal medida de prevenção do sarampo". "É gratuita e está disponível para todos/as. As pessoas não vacinadas, e que nunca tiveram sarampo, têm uma elevada probabilidade de contrair a doença se forem expostas ao vírus", escreveram os responsáveis numa publicação partilhada na rede social X (antigo Twitter).
A #vacinação é a principal medida de prevenção do #sarampo. É gratuita e está disponível para tod@s. As pessoas não vacinadas, e que nunca tiveram sarampo, têm uma elevada probabilidade de contrair a doença se forem expostas ao vírus: https://t.co/AJlKIIBQTb. #Saúde
— SNS_Portugal (@SNS_Portugal) April 26, 2024
© @DGSaude pic.twitter.com/UI1M5paGvK
Mas o que precisa de saber sobre o sarampo?
Esquema vacinal em crianças
Com menos de 18 anos
São recomendadas duas doses – uma aos 12 meses e outra aos cinco anos.
Maiores de idade
Segundo um Inquérito Serológico Nacional 2015/2016, cerca de 99% da população nascida antes de 1970 tem proteção contra o sarampo.
Ainda assim, o SNS aponta que não é necessária a vacinação das pessoas que nasceram antes de 1970, exceto se houver exposição a casos de sarampo ou se for viajar para países onde existam casos". Nestes casos, deve ser administrada uma dose de VASPR (vacina antissarampo, parotidite e rubéola).
E para quem nasceu depois de 1970?
"As pessoas nascidas depois de 1970, de idade igual ou superior a 18 anos, sem história credível de sarampo, devem ter, pelo menos, uma dose de vacina contra o sarampo, administrada aos 12 meses de idade ou depois", lê-se no SNS.
"Todas as pessoas com menos de 18 anos de idade deverão ter duas doses de vacina contra o sarampo", alerta o SNS.
E os profissionais de saúde?
Já quanto a quem trabalha na área, o SNS recomenda que independentemente do ano de nascimento, "todos os profissionais de saúde sem história credível de sarampo deverão ter duas doses de vacina".
Menor de idade e apenas uma dose da vacina?
"Cerca de 5 a 10% das pessoas vacinadas não respondem adequadamente à 1.ª dose, motivo pelo qual se recomenda uma 2.ª dose da vacina até aos 18 anos de idade", escreve o SNS, clarificando que a 2.ª dose não é um reforço, mas sim uma "oportunidade de desenvolver imunidade/proteção contra a doença e assim de diminuir o número de pessoas suscetíveis (pessoas não vacinadas ou vacinadas incorretamente ou sem história credível de sarampo)".
Após a vacina, quando se começa a ficar protegido?
Começa a estar protegido cerca de duas semanas após a administração da vacina.
Como saber se está vacinado/a?
Para além de poder consultar o seu boletim de vacinas online, caso esteja registado na área pessoal do portal do SNS 24 ou na App SNS 24, pode também recorrer ao seu centro de saúde.
"Se não for possível consultar o seu boletim de vacinas, ser-lhe-ão administradas as vacinas de acordo com a sua idade, não havendo contraindicação ou aumento dos efeitos adversos se lhe forem administradas novas doses, mesmo já tendo sido vacinado ou ter tido a doença", explica ainda o SNS.
Na mesma página dedicada a esta doença, o SNS aponta ainda que "não há razões para temer uma grande epidemia de sarampo", dado que a maioria das pessoas está protegida – e é explicado o porquê: "A maioria das pessoas nascidas antes de 1970 está protegida por ter tido a doença" e, por outro lado, "a maioria das pessoas nascidas depois de 1970 está protegida por ter sido vacinada".
"No entanto, durante um surto, algumas pessoas vacinadas poderão contrair a doença, por diminuição, ao longo do tempo, da proteção conferida pela vacina. O sarampo em pessoas já vacinadas é mais ligeiro, a probabilidade de haver complicações clínicas é muito menor e o doente é menos contagioso para os outros", rematam.
Para mais informações relacionadas com a doença, e vacinação, poderá consultar a página do SNS aqui.
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