O Ministério da Saúde deverá iniciar o processo de negociação excecional com os profissionais da saúde a 27 de maio.
"As reuniões de apresentação de hoje decorreram numa base de diálogo construtivo entre as partes, tendo já sido partilhada, pela Ministra da Saúde, a intenção de data para início do processo de negociação excecional no próximo dia 27 maio, processo este, que se espera que decorra numa base de boa-fé, compromisso e responsabilidade das partes", lê-se numa nota enviada pelo ministério em causa ao Notícias ao Minuto, esta sexta-feira.
A informação é dada após a ministra, Ana Paula Martins, ter estado reunida com as nove estruturas sindicais que representam os profissionais de saúde: médicos, enfermeiros e farmacêuticos.
O encontro de hoje teve como objetivo a "apresentação mútua e receção dos principais contributos" das estruturas sindicais, que são: – Sindicato Independente dos Médicos (SIM), a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE), o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU) e Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE), o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF).
"Em linha com o Programa de Governo, a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reiterou, nestas reuniões, a premência em promover uma 'Saúde Urgente, de Qualidade, para Todo(as)' através de múltiplas medidas sustentáveis, começando desde já com o novo Plano de Emergência do SNS", lê-se na nota, que acrescenta que também que foi sublinhada a "importância em fomentar as condições de trabalho adequadas, bem como, conseguir, na medida do possível, corresponder às expetativas dos profissionais de saúde".
Recorde-se que um dos sindicatos presentes na reunião, o SEP, manteve a greve marcada para 10 de maio, mesmo depois de se ter reunido com a ministra.
"O ministério da Saúde não assumiu hoje o compromisso de, até ao dia 10 de maio, dia de greve nacional dos enfermeiros, fixar o conjunto das matérias a negociar, dos tópicos a negociar e da agenda negocial", explicou o presidente SEP, José Carlos Martins, à saída do ministério, em Lisboa.
"Os problemas são tão conhecidos e tão graves, há tantas injustiças e tanta discriminação, que os enfermeiros querem respostas muito mais cedo", salientou.
A greve nacional está prevista para o dia 10 de maio, com uma concentração às 11 horas no Campo Pequeno, em Lisboa.
O que reivindicam estes médicos, farmacêuticos e enfermeiros?
Aumentos salariais, melhores condições de trabalho, progressão na carreira são algumas das exigências que os sindicatos já vinham reivindicando junto da anterior equipa ministerial e que irão trazer novamente para a mesa das negociações com o novo Governo.
Os sindicatos dos médicos salientaram uma postura aberta ao diálogo e "mais séria" da ministra Ana Paula Martins, tal como a maioria dos sindicatos dos enfermeiros, mas o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses decidiu manter a greve agendada para 10 de maio, por a ministra não ter assumido o compromisso de até essa data fixar um calendário e caderno negocial.
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