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Forças de segurança "injustiçadas" e "abananadas". MAI está "impreparada"

Tanto Bruno Pereira como César Nogueira asseguraram que apresentarão contrapostas na próxima reunião, que está marcada para o dia 15 de maio.

Forças de segurança "injustiçadas" e "abananadas". MAI está "impreparada"
Notícias ao Minuto

07:59 - 03/05/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Forças de segurança

As expectativas das forças de segurança para a primeira reunião negocial com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, saíram 'furadas'. Tanto o presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícias, Bruno Pereira, como o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), César Nogueira, e o presidente da Associação Nacional dos Sargentos da Guarda, Ricardo Pires, manifestaram o seu desagrado com a proposta da tutela para o aumento do suplemento de missão, tendo até considerado que a nova representante está "está impreparada para o cargo que está a exercer".

"Sentimo-nos extremamente injustiçados com este pontapé de saída. É uma proposta que não chega sequer a ter dignidade para ser uma proposta tendo em conta aquilo que foram semanas e meses de discussão em torno de uma questão de reparação de dignidade - de um valor que foi graduado para determinados polícias e que não foi para nós", lamentou Bruno Pereira, em declarações à imprensa, após o encontro.

O presidente do sindicato que representa a maioria dos comandantes e diretores da Polícia de Segurança Pública (PSP) foi mais longe, tendo atirado que "uma proposta de valorização de 75 euros e que nem sequer seriam aproveitados por todos os profissionais [...] é pior do que o anterior Governo quando atribuiu o subsídio de risco".

"Senti uma grande tristeza em ser recebido com isto. Como digo, quero acreditar e reafirmo, que tenha sido totalmente uma ideia, ou um tiro completamente ao lado", reforçou, acrescentando ter esperança de que a ministra e a sua equipa tenham compreendido "a real dimensão de injustiça que veio propor".

Por seu turno, César Nogueira classificou a primeira proposta do Governo de "muito má", confessando ter ficado "abananado" e que será "muito difícil segurar a indignação dos profissionais".

"A proposta do Governo divide em categorias profissionais: guardas, oficiais e sargentos. Só por aí já é um erro porque o risco é igual para todos. O risco não pode ser dividido por categorias. Não ficamos agradados com esta proposta. 7, 9 e 12%. Em alguns casos dá um valor inferior ao que é auferido a cada profissional", disse.

O presidente da associação mais representativa da GNR considerou, inclusivamente, que a ministra "está impreparada para o cargo que está a exercer".

Ricardo Pires partilhou de um sentimento semelhante, tendo dado conta de que, na sua ótica, o valor desta primeira proposta ficou "claramente aquém", sendo "inaceitável".

"Em alguns casos não chega a um aumento de 75 euros", disse, referindo como exemplo o caso de um militar no posto de guarda que ganha atualmente um suplemento por serviço e risco nas forças de segurança de 285 euros e que vai passar a ganhar um suplemento de missão de 365 euros.

Nessa linha, o responsável adiantou que militares da GNR se sentem "angustiados e mal tratados".

Tanto Bruno Pereira como César Nogueira asseguraram, contudo, que apresentarão contrapostas na próxima reunião, que está marcada para o dia 15 de maio.

Quais os valores da proposta do Governo?

Saliente-se que, na primeira ronda negocial, Margarida Blasco propôs um suplemento de missão para os elementos da PSP e da GNR entre os 365,13 e os 625,94 euros, que vai substituir o atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.

Com este novo suplemento de missão, que tem como referência o vencimento base do diretor-nacional da PSP, há polícias que ficam com um vencimento inferior ao que auferem atualmente, segundo os sindicatos.

Conforme a proposta apresentada pelo Governo aos sindicatos da PSP, os oficiais passariam a ter um suplemento de missão de 12% da remuneração base do diretor nacional da PSP, que é de 5.216,23 euros, enquanto a percentagem para os chefes é de 9% e para os agentes de 7%.

O atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança que os elementos da PSP e GNR recebem tem uma componente variável que corresponde a 20% do salário base e uma componente fixa de 100 euros.

Os polícias exigem um suplemento de missão idêntico ao que o anterior Governo socialista atribuiu à Polícia Judiciária, que alguns casos foi de um aumento de 700 euros.

Leia Também: Abaixo do pedido. O que propõe MAI para subsídios na GNR?

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