O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) criticou, esta segunda-feira, o estado das urgências de obstetrícia no país, principalmente na zona de Lisboa e da margem Sul.
"Durante este fim de semana, o Hospital de São Bernardo em Setúbal era a única maternidade do SNS aberta na margem sul. No sábado, apenas com um médico, teve também de encerrar", começou por lamentar a estrutura sindical, em comunicado enviado às redações.
Na missiva, o SIM revelou também que "durante a noite de domingo, pela desmesurada afluência, [o Hospital de São Bernardo] entrou em rotura sem capacidade de internamento de mais ninguém".
"Comunicou-se por isso ao INEM que tinha também de encerrar mais uma vez. Mulheres por todos os cantos. Umas já puérperas e outras em trabalho de parto. O INEM informa que todos os hospitais do SNS de Lisboa estavam também já todos fechados. Apenas o Hospital de São Francisco Xavier poderia receber alguém pontualmente, após contacto. Fora este, só Santarém ainda teria vagas", continuou a explicar o sindicato dos médicos.
Para o SIM, "trabalhar nestas circunstâncias é a realidade atual", sendo que "o risco é enorme".
"Alguém se admira que os médicos saiam do SNS? Sujeitar médicos e grávidas a uma realidade destas é uma grave negligência do Estado. E não estamos em férias. Como vai ser nos meses do verão?", questionou ainda o sindicato, concluindo: "Alguém aguenta continuar mais tempo neste regime de sobrecarga? Um pesadelo sem luz ao fundo do túnel".
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