Bombeiro que combateu fogo em hospital desabafa: "Parecia o inferno"

Após 5h30 de combate ao incêndio e ter feito de seguida outro turno no aeroporto, o elemento da corporação de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, lamenta que os bombeiros ganhem tão pouco e não tenham subsídio de risco.

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© Facebook / Nuno Silva

Notícias ao Minuto
07/05/2024 14:39 ‧ 07/05/2024 por Notícias ao Minuto

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Açores

Um bombeiro que combateu o violento incêndio que deflagrou no fim de semana no Hospital do Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, desabafou nas redes sociais sobre o facto de estes operacionais fazerem "coisas do 'diabo' por tão pouco", lançando duras críticas ao Governo Regional por não apoiar a carreira de bombeiro, nem considerar a "profissão arriscada".

Nuno Silva, que pertence à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada, começou por contar que combateu o fogo do hospital durante 5h30, na sua “meia folga”, entre as 11 horas e as 16h45, e que só saiu do local para entrar no seu "posto", no aeroporto de Ponta Delgada, às 17h30. Às 00 horas, depois de mais de 7 horas de trabalho, voltou ao hospital para a operação de rescaldo.

Apesar de "muito cansado", o bombeiro garantiu que terminou o dia com "sentimento de dever cumprido, mesmo que ganhe apenas "862 euros + 60 euros por trabalhar no aeroporto + subsídio de alimentação", realçando que muitos dos seus "camaradas" combateram o incêndio durante ainda "mais horas".

"Muito obrigado a todos os meus camaradas que deram o máximo neste incêndio em que o interior mais parecia o inferno na terra. Sim, porque os espectadores só veem o fumo e chama a sair pelas janelas e portas, nem têm noção do que foi estar dentro de um incêndio desta complexidade. Bravo meus camaradas bombeiros. Realmente fazemos coisas do 'diabo' por tão pouco", descreveu, antes de lamentar a postura do Executivo açoriano quanto aos bombeiros.

"E também agradecer ao nosso presidente Bolieiro, ao Gaudêncio, ao Barata [alcunha do líder do PPM/Açores] e companhia que votaram contra e não são a favor de uma carreira para os bombeiros e que [pensam] que também não merecemos subsídio de risco, porque a nossa profissão não é arriscada. Uma salva de palmas para vocês", ironizou Nuno.

Antes de concluir, o bombeiro também lamentou os "bombeiros de café" e redes sociais que criticaram a atuação dos operacionais durante o incêndio no hospital de Ponta Delgada.

Por fim, Nuno afiançou que tem "muito orgulho" em ser bombeiro e não é "pelos euros" que recebe como ordenado.

Leia Também: Irmãs Hospitaleiras acolhem 27 pacientes do hospital de Ponta Delgada

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