Rota do Viajante II. Quatro detidos na Madeira interrogados no Funchal

Os quatro detidos na Madeira no âmbito da denominada "Operação Rota do Viajante II" não foram transportados para Lisboa, como previsto, e foram identificados hoje no Tribunal da Comarca da Madeira, disse o presidente desta instância.

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Lusa
08/05/2024 20:24 ‧ 08/05/2024 por Lusa

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Madeira

"Os quatro detidos só foram hoje identificados no Tribunal da Comarca, onde serão sujeitos a interrogatório", adiantou à Lusa o juiz Filipe Câmara.

O responsável salientou que "o primeiro interrogatório foi interrompido devido a greve às horas extraordinárias dos funcionários judiciais e deverá continuar amanhã".

Filipe Câmara disse desconhecer as razões que levaram à alteração dos planos nesta operação, porque estava previsto os detidos serem deslocados para Lisboa para interrogatório.

"Não são [os motivos] do meu conhecimento", sublinhou.

Segundo uma nota do Ministério Público, cinco pessoas foram detidas na terça-feira na Madeira e na região de Lisboa, num processo de alegada fraude contra o Estado no subsídio social de mobilidade estão indiciados por associação criminosa, burla qualificada, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

A mesma informação refere que este inquérito tinha já onze arguidos constituídos, um deles em prisão preventiva, e que a investigação prosseguia sob direção do Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures, com a coadjuvação da Polícia Judiciária (PJ).

Por seu turno, a PJ anunciou que deteve hoje cinco pessoas e fez 71 buscas numa operação focada na Região Autónoma da Madeira e na Área Metropolitana de Lisboa, que visou uma fraude ao Estado através do subsídio social de mobilidade, num valor superior a meio milhão de euros.

De acordo com o comunicado policial, as buscas domiciliárias e não domiciliárias ocorreram em Lisboa, Loures e na Madeira, em especial nos concelhos do Funchal, de Santa Cruz e de Câmara de Lobos, e constituíram uma segunda iniciativa na Operação Rota do Viajante, cujo inquérito está a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures.

"A investigação apurou que os arguidos, com o objetivo de obterem avultados proveitos económicos ilegítimos, decidiram desenvolver um esquema criminoso com o objetivo de obterem lucros ilegítimos através do subsídio social de mobilidade, relacionados com centenas de viagens inexistentes, no valor global de reembolsos indevidos superior a meio milhão de euros", lê-se na nota divulgada.

A PJ esclarece ainda que o plano destes elementos passava pela "angariação de residentes" da Madeira, "a quem eram fornecidos documentos necessários ao levantamento deste subsídio e previamente falsificados, como passagens áreas, bilhetes e reservas, faturas e recibos".

Depois, essas pessoas eram acompanhadas por elementos da rede criminosa e apresentavam a documentação em estações dos CTT no continente para receber o reembolso do Estado.

"A associação criminosa agora desmantelada demonstrava elevados índices de organização, com diferentes níveis hierárquicos, sendo composta por falsificadores, recrutadores e ou angariadores e controladores", referiu a Judiciária.

Estava previsto os detidos, que têm entre 23 e 55 anos, serem presentes a um juiz no tribunal de instrução criminal de Loures, o que não se concretizou.

Para esta operação foram mobilizados para esta operação elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e do Departamento de Investigação Criminal da Madeira, contando ainda a PJ com o apoio da Força Aérea Portuguesa ao nível logístico e de transporte de arguidos e prova apreendida.

Leia Também: Madeira: Dezasseis reclusos requereram documentação para votar

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