Sai Barros Correia, entra Carrilho. "Novo ciclo da PSP", diz Montenegro

Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), o Superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho, toma hoje posse.

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Marta Amorim com Lusa
10/05/2024 10:34 ‧ 10/05/2024 por Marta Amorim com Lusa

País

PSP

Luís Montenegro deixou, na manhã desta sexta-feira, uma palavra de "reconhecimento e gratidão" a José Barros Correia, que hoje cessa funções como Diretor Nacional da PSP, para depois dar "felicitações" a Luís Carrilho, que toma agora o seu lugar. 

Sobre o sucessor ao cargo, disse que este "tem já uma longa carreira no seio da Polícia de Segurança Pública, ao serviço de Portugal, em muitas missões".

"É-lhe reconhecida grande capacidade de diálogo, espírito de missão, elevado sentido de responsabilidade, que são a garantia que em si depositamos para este novo ciclo da Polícia de Segurança Pública em Portugal", afirmou o primeiro-ministro na cerimónia da tomada de posse do Superintendente.

"Boa sorte e bom trabalho", desejou ainda, frisando que a segurança é o "esteio principal da nossa liberdade".

Montenegro quer dar "boa sequência" às negociações com polícias, mas avisa contra "cenários irrealistas"

No seu discurso, o primeiro-ministro assegurou que o Governo quer dar "boa sequência" às negociações com as forças de segurança, mas avisou contra "cenários irrealistas" e frisou que qualquer mudança terá reflexos em toda a administração pública.

"É evidente que para termos capacidade de recrutar mais pessoas para a carreira policial, para reter mais pessoa na carreira policial temos de dar atratividade à carreira, temos de a valorizar, num contexto difícil onde infelizmente temos esse problema de forma transversal em toda a administração pública", disse.

Não vale a pena alimentar a opinião pública com cenários irrealistas

Segundo Montenegro, "são centenas de milhares de prestadores de serviço público, em várias áreas, que se encontram na mesma circunstância". "Qualquer alteração provoca uma mexida muito substancial nas nossas contas e na nossa gestão orçamental", avisou.

O primeiro-ministro disse não querer "diminuir a vontade" ou "a pré-disposição do Governo" de valorizar as carreiras de forças de segurança, mas deixou um aviso.

"Não vale a pena alimentar a opinião pública com cenários irrealistas, isso é indutor de uma relação de desconfiança quando dizemos à sociedade que podemos uma coisa que não podemos ter. Vamos, no momento seguinte, frustrar a sociedade", disse.

Apesar dos alertas, o primeiro-ministro reiterou a "intenção muito firme de, a breve prazo" dar "boa sequência às negociações que foram encetadas com sentido de responsabilidade", elogiando a forma "empenhadíssima" como a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, tem conduzido o processo e pedindo, de forma implícita, a mesma atitude do outro lado da mesa negocial.

"Nós no Governo somos governo a todo o tempo e os agentes de segurança também, estejam em funções na rua, em funções associativas ou sindicais à mesa da negociações", afirmou, acrescentando que "este não é o tempo de entrevistas, de recados através da comunicação social", mas do trabalho de casa.

Numa cerimónia que contou também com a presença da ministra da Justiça, Rita Júdice, e do secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, Montenegro defendeu que a valorização dos polícias se faz também de outras formas, como a formação ou com melhores condições físicas.

"As condições físicas e os equipamentos disponibilizados a muitos operacionais são indignos da assunção de responsabilidades para exercer a autoridade em nome do Estado", considerou.

O primeiro-ministro assegurou que o Governo, "o mais rápido que for possível dentro dos constrangimentos do ponto de vista económico-financeiro", a "superar o patamar mínimo do que é exigível" para que as forças de segurança possam exercer a autoridade em nome do Estado.

Recorde-se que esta terça-feira, dia 7, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, substituiu o diretor nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) José Barros Correia, que ocupava o cargo desde setembro de 2023.

"Esta decisão de indigitação surge no âmbito da reestruturação operacional da PSP, quer no plano nacional, quer no plano da representação institucional e internacional desta força de segurança pública", referiu o Ministério da Administração Interna em comunicado. 

Posteriormente, Barros Correia atribuiu o seu afastamento do cargo à "exclusiva iniciativa" da ministra da Administração Interna.

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O superintendente Luís Carrilho, atual comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP), vai ser o sucessor.

Notícias ao Minuto com Lusa | 08:48 - 07/05/2024

[Notícia atualizada às 11h31]

Leia Também: Sindicato dos oficiais da PSP manifesta "pesar" pela saída do diretor

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