Universidades? "Temos de ter rigor no aproveitamento do financiamento"

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, deixou hoje um aviso às universidades de que é preciso rigor no aproveitamento dos financiamentos disponíveis, defendendo que não podemos andar "à última da hora" à procura de projetos para não ter de devolver dinheiro.

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Lusa
10/05/2024 17:22 ‧ 10/05/2024 por Lusa

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"Temos cada vez mais de ter rigor no aproveitamento do volume de financiamento que temos à nossa disposição", afirmou Luís Montenegro, durante a inauguração de um pavilhão multiusos e do Centro Português de Ressonância Magnética Nuclear (RMN), duas novas infraestruturas da Universidade de Aveiro (UA), que representam um investimento superior a 18 milhões de euros no edificado e equipamentos.

No seu discurso, Montenegro referiu que nenhumas fontes de financiamento são inesgotáveis e frisou que as fontes de financiamento europeu "serão sempre cada vez mais problemáticas e difíceis" para um país que vai fazer 40 anos que aderiu à União Europeia.

"Não podemos andar a perder oportunidades. Temos de ser seletivos, rigorosos e temos de cumprir com resultados aquilo que nos propomos. Não podemos andar a assobiar para o lado, nem podemos andar à ultima da hora à procura de projetos só para gastar o dinheiro para não o devolver. Isso não é vida", afirmou.

Pouco antes, o reitor da UA, Paulo Jorge Ferreira, tinha alertado para a importância de assegurar o financiamento plurianual do Centro Português de RMN, que foi hoje inaugurado, afirmando que isso é "apostar na nossa ciência e na nossa economia ao mais alto nível".

Um apelo que seria depois reforçado pelo responsável do Centro, João Rocha, ao afirmar que o esforço financeiro associado à criação desta infraestrutura está "severamente ameaçado".

"Há muito que a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) não abre concursos para a aquisição de equipamento nem dá notícia sobre quando o fará. Os espectómetros da UA, geralmente com mais de 10 anos, estão a tornar-se obsoletos e começam a sofrer avarias com crescente frequência e os seus custos operacionais quase triplicaram", disse João Rocha.

O investigador defendeu que é fundamental que o Centro receba financiamento plurianual da FCT, o qual "permitirá atualizar os seus equipamentos e cobrir pelo menos parcialmente os custos de funcionamento e manutenção".

"A ciência portuguesa precisa de mais dias felizes. A capacidade para transformar esta necessidade em realidade está nas suas mãos", concluiu o responsável pelo Centro Português de RMN, dirigindo-se ao primeiro-ministro.

A Nave Multiusos Caixa UA, que já acolheu as fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários, tem capacidade para cerca de quatro mil pessoas e vem colmatar as limitações que existiam na capacidade de acolher grandes eventos académicos, culturais e desportivos.

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