Considerado um dos grandes empresários de Portugal, Avelino Gaspar foi julgado por um crime de branqueamento de capitais.
O processo envolveu ainda Mário Pinto, um gerente que, além do crime de branqueamento de capitais, estava acusado de insolvência dolosa e de abuso de confiança qualificado, e que também foi absolvido.
A presidente do coletivo de juízes explicou que foi provada "a materialidade dos factos" (ou seja, questões relacionadas com a prova documental), mas frisou que o que estava em causa era "a prova da intencionalidade das ações" praticadas pelos dois arguidos.
Segundo a juíza, "não se verificaram os elementos objetivos e subjetivos" dos crimes que lhes estavam imputados, desde logo a data em que se conheceram e como planearam o desmantelamento do património da Avilafões.
No que respeita à maquinaria que, de acordo com a acusação, foi levada para uma unidade da Figueira da Foz, referiu que, mesmo se isso tivesse acontecido, não teria sido a causa da falta de capacidade produtiva da Avilafões.
Isto porque, à data em que aconteceu, já não funcionavam duas linhas de produção, a terceira deixou de funcionar em 2009, após uma inspeção veterinária e, portanto, "já pouca atividade havia", referiu.
Em outubro, Avelino Gaspar tinha negado em tribunal a existência de algum plano para desmantelar a Avilafões, garantindo que a intenção era investir e levar a empresa a ter sucesso.
Nesse dia, depois de responder às perguntas do coletivo de juízes, da procuradora do Ministério Público e dos advogados, Avelino Gaspar rematou: "só estou aqui por causa de uma história mal contada e de gente que me enganou".
O grupo Lusiaves tem mais de 30 empresas, que operam em todas as etapas da cadeia de valor do setor avícola, desde a produção do milho até à transformação e valorização de subprodutos, passando pelo abate e comercialização de aves.
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