O interrogatório voltou a ser interrompido devido à greve dos funcionários judiciais às horas extraordinárias.
Os arguidos foram detidos esta semana no decorrer de uma operação desencadeada pelo Ministério Público relacionada com uma fraude ao Estado através do subsídio social de mobilidade, num valor superior a meio milhão de euros.
O MP informou que foram detidas cinco pessoas, na terça-feira, na Madeira e na região de Lisboa, num inquérito que já tem 11 arguidos constituídos, um deles em prisão preventiva.
Este inquérito decorre sob direção do Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures, com a coadjuvação da Polícia Judiciária (PJ).
Por seu turno, a PJ deteve cinco pessoas e fez 71 buscas domiciliárias e não domiciliárias que ocorreram em Lisboa, Loures e na Madeira, em especial nos concelhos do Funchal, de Santa Cruz e de Câmara de Lobos.
"A investigação apurou que os arguidos, com o objetivo de obterem avultados proveitos económicos ilegítimos, decidiram desenvolver um esquema criminoso com o objetivo de obterem lucros ilegítimos através do subsídio social de mobilidade, relacionados com centenas de viagens inexistentes, no valor global de reembolsos indevidos superior a meio milhão de euros", lê-se na nota divulgada.
A PJ esclarece ainda que o plano destes elementos passava pela "angariação de residentes" da Madeira, "a quem eram fornecidos documentos necessários ao levantamento deste subsídio e previamente falsificados, como passagens áreas, bilhetes e reservas, faturas e recibos".
Depois, essas pessoas eram acompanhadas por elementos da rede criminosa e apresentavam a documentação em estações dos CTT no continente para receber o reembolso do Estado.
"A associação criminosa agora desmantelada demonstrava elevados índices de organização, com diferentes níveis hierárquicos, sendo composta por falsificadores, recrutadores e ou angariadores e controladores", referiu a Judiciária.
Estava previsto os detidos, que têm entre 23 e 55 anos, serem presentes a um juiz no tribunal de instrução criminal de Loures, o que não se concretizou e estão a ser ouvidos na Madeira.
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