O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal, afirmou, esta sexta-feira, que a proposta apresentada pela ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, "ainda não" foi ao "encontro" das reivindicações destes profissionais.
Em declarações aos jornalistas, depois do encontro com o Governo, António Marçal foi interrogado sobre se saía satisfeito desta reunião e foi claro: "Não", respondeu.
"Porque ainda não veio ao encontro daquilo que são as nossas reivindicações", justificou. "Ainda não está de acordo com aquilo que são as nossas reivindicações, ainda não veio ao encontro daquilo que toda a agente acha que é justo e razoável", reforçou.
De notar que o Ministério da Justiça apresentou hoje uma nova proposta aos sindicatos dos funcionários judiciais, propondo pagar a 12 meses o suplemento de recuperação processual de 12,5% sobre o salário base, face aos 11,66% propostos na reunião anterior.
O sindicalista demonstrou abertura para continuar a negociar, esperando que na próxima reunião haja um "aproximar" da posição do SFJ.
"Há nestes 14 dias um ligeiro aumento: passou de 1,66% para 2,5%. Vamos analisar e continuar a negociar. A nossa reivindicação é sobejamente conhecida e voltaremos cá na próxima reunião, esperando da parte do Governo este continuar de aproximar à nossa posição", acrescentou.
António Marçal recordou que os oficias de justiça pretendem o pagamento do suplemento de recuperação processual a 14 meses e não a 12, como o executivo defendeu nas propostas já apresentadas.
"Aquilo que falávamos era uma coisa que é diferente, que é de integração a 14 meses, mas parece que a palavra integração é uma anátema", criticou. "Quando as pessoas vêm aqui para o Ministério, passa a ser anátema", reiterou.
O dirigente sindical salientou também que iria agora analisar a proposta com o secretariado nacional do SFJ e que ainda hoje deverá responder à proposta do executivo, estando já previsto para 28 de maio um novo encontro com a ministra, apesar de se manterem as greves.
"As formas de luta -- como tive oportunidade de dizer à senhora ministra -- mantêm-se. Nós hoje estamos em greve e da parte da tarde estaremos aqui com todos os trabalhadores públicos a protestar, porque as condições de trabalho e de remuneração não são as desejáveis e quem sofre com isso é o povo português", completou.
Recorde-se que os sindicatos dos funcionários judiciais reuniram-se hoje com a ministra da Justiça numa nova ronda de negociações, numa altura em que a classe promete intensificar as greves.
A ministra Rita Alarcão Júdice reuniu-se com o SFJ pelas 10h00, seguindo-se o Sindicato dos Oficiais de Justiça pelas 11h30.
[Notícia atualizada às 12h38]
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