Segundo a fonte, numa nota, os ocupantes, que têm até às 24h00 de hoje para abandonar o terreno, "estão a aceder ao pedido de desocupação e a sair ordeiramente do local", na zona de Carcavelos.
"Desde o início, a Alves Ribeiro mostrou-se disponível para ajudar nesta transição e esse apoio está a ser prestado a quem o solicita", indicou a empresa.
Em causa está a concretização do Plano de Pormenor do Espaço de Reestruturação Urbanística de Carcavelos-Sul (PPERUCS), promovida pela empresa, que prevê a requalificação paisagística da Quinta dos Ingleses através da criação de um parque urbano e da construção de um empreendimento habitacional, com comércio, serviços e hotelaria.
A execução do plano colocou em causa a permanência neste espaço de cerca de 50 pessoas, de várias nacionalidades, que ali criaram um 'parque de campismo' improvisado e que foram instadas a abandoná-lo até 31 de maio.
No entanto, apesar de terem acedido ao pedido, alguns dos campistas acabaram por se deslocar para terrenos contíguos, fora da vedação da Alves Ribeiro, disse à Lusa o vice-presidente da associação SOS Quinta dos Ingleses, Pedro Jordão, que tem contestado o plano de urbanização.
Segundo Pedro Jordão, encontram-se naquele local cerca de 30 pessoas e perto de duas dezenas de tendas.
Contactada pela Lusa, fonte da Câmara Municipal de Cascais referiu que este terreno é também privado e integra a Reserva Ecológica Nacional (REN).
Entretanto, a associação SOS Quinta dos Ingleses está a ponderar interpor na próxima semana uma nova providência cautelar para suspender a intervenção prevista na Quinta dos Ingleses.
Pedro Jordão referiu que o parlamento já aceitou uma petição pública que tinha sido lançada pela associação e que já foram realizadas reuniões com a maioria dos partidos com assento parlamentar.
Em maio de 2021, o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, afirmou na Assembleia da República que a autarquia, no distrito de Lisboa, não tem capacidade para travar o projeto de urbanização da Quinta dos Ingleses, alegando que isso implicaria o pagamento de uma "indemnização incomportável", uma vez que os promotores "têm direito adquirido sobre aqueles terrenos".
O Bloco de Esquerda e o PAN já apresentaram no parlamento projetos de resolução (sem força de lei) para preservar e salvaguardar a Quinta dos Ingleses.
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