O presidente do Sindicato Independente de Agentes de Polícia (SIAP), Carlos Torres, revelou esta terça-feira que abandonaram as negociações com o Ministério da Administração Interna (MAI).
"Pediu algum tempo para reunir com a equipa do Ministério das Finanças. A seguir, apresenta-nos uma proposta que pouco ou mais vai do que a primeira que apresentou. Nós não podemos aceitar uma proposta destas", afirmou Carlos Torres em declarações aos jornalistas, após a reunião com o MAI.
Torres reafirma que "sempre disse que se a ministra não for de encontro às nossas expectativas que iria abandonar a reunião e as negociações e cumpri".
Ainda neste sentido, o presidente do SIAP considera que foram injustiçados e revela que há a hipótese de regressar aos protestos.
"Não podemos aceitar que um segurança da PJ ganhe mais suplemento de risco que um agente da PSP", reitera.
Anteriormente, a ASAPOL - Associação Sindical Autónoma de Polícia, que não faz parte da plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR, já tinha saído das negociações por não concordar com a proposta do Governo.
De recordar que o Governo propôs hoje um aumento de 300 euros no suplemento de risco da PSP e GNR, valor que será pago de forma faseada até 2026, passando o suplemento dos atuais 100 para 400 euros.
Segundo a proposta, que está a ser apresentada pela ministra da Administração Interna aos sindicatos da PSP e associações da GNR, os 300 euros de aumento seriam pagos por três vezes, sendo 200 euros em julho e os restantes no início de 2025 e 2026, com um aumento de 50 euros em cada ano.
Com esta proposta, a que Lusa teve acesso, a vertente fixa do atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança passa dos 100 para os 400 euros, mantendo a vertente variável de 20% do ordenado base dos militares da GNR e polícias da PSP.
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