Defesa despede 2 dos 8 funcionários arguidos no caso Tempestade Perfeita

Informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa, tutelado por Nuno Melo. Arguidos da operação Tempestade Perfeita são acusados da prática de crimes de corrupção ativa e passiva, branqueamento de capitais, peculato e falsificação ou contrafação de documento.

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Carmen Guilherme com Lusa
05/06/2024 22:37 ‧ 05/06/2024 por Carmen Guilherme com Lusa

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Ministério da Defesa

O Ministério da Defesa revelou, esta quarta-feira, que oito dos arguidos da operação Tempestade Perfeita, que investiga crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e branqueamento de capitais, eram funcionários da tutela, o que levou à instauração dos respetivos processos disciplinares, resultando dois deles em despedimento.

A informação consta de uma nota do gabinete de Nuno Melo, enviada ao Notícias ao Minuto, na qual a tutela recorda que a referida operação envolveu no plano judicial 73 acusados por indícios da prática de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e branqueamento de capitais.

"Oito dos arguidos eram funcionários do Ministério da Defesa, facto que justificou a instauração dos respetivos processos disciplinares, que correram em paralelo", informa a mesma nota.

Assim, "cumprindo todos os procedimentos e diligências probatórias com respeito pelos trâmites legais", o Ministério da Defesa revela que aplicou "dois despedimentos disciplinares". Além disso, "dois processos" foram "suspensos com fundamento na aposentação dos respetivos arguidos", "dois processos arquivados" e "dois processos correm ainda os seus termos".

"A garantia de transparência e o cumprimento da Lei no Ministério da Defesa Nacional são uma obrigação e uma prioridade para o Ministro da Defesa Nacional", frisa ainda.

Recorde-se que entre os 73 arguidos da operação Tempestade Perfeita estão 43 pessoas singulares e 30 pessoas coletivas, acusadas pelo Ministério Público da prática de crimes de corrupção ativa e passiva, branqueamento de capitais, peculato e falsificação ou contrafação de documento

Em causa, recorde-se, estão "procedimentos de contratação pública de serviços e empreitadas de obras, nos quais a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional interveio como entidade adjudicante", entre os quais custos na requalificação do antigo Hospital Militar de Belém, tal como havia revelado o DIAP Regional de Lisboa. 

De acordo com a acusação, os "arguidos que exerciam funções públicas", durante essas adjudicações, "utilizaram tais funções para a obtenção de vantagens indevidas para si ou para terceiros". Vantagens essas "que os respetivos beneficiários, posteriormente, dissimularam".

Tal como havia noticiado a agência Lusa, o antigo diretor-geral da Direção Geral dos Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) Alberto Coelho é um dos acusados. A acusação defende que Alberto Coelho seja condenado a pagar ao Estado mais de 86 mil euros, que correspondem ao que consideram ter sido as vantagens obtidas de forma ilícita.

Além de Alberto Coelho, o MP acusou também Paulo Morais Branco, ex-diretor financeiro da DGRDN, de vários crimes de corrupção passiva, branqueamento e falsificação de documento e pediu o pagamento de 415 mil euros. Os mesmos crimes foram imputados a Francisco Marques, antigo diretor dos serviços de infraestrutura e património, a quem é igualmente pedida a condenação ao pagamento de quase 272 mil euros.

Importa lembrar que o caso 'despontou' em julho do ano passado, quando o antigo secretário de Estado da Defesa Marco Capitão Ferreira foi constituído arguido no âmbito desta operação. Acabou por demitir-se do cargo que ocupava na sequência desta polémica, tendo sido substituído, na altura, por Carlos Lopes Pires​.

[Notícia atualizada às 22h56]

Leia Também: Nuno Melo diz que vai ser aberta averiguação a "acidente trágico" em Beja

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