As conclusões são do último Eurobarómetro sobre atitudes dos europeus em relação ao Ambiente, um estudo que é feito regularmente para acompanhar a evolução da opinião pública na União Europeia (UE) sobre questões ambientais.
No último relatório, de acordo com um comunicado hoje divulgado pela associação ambientalista Zero, os dados contrariam a narrativa anti-ambiente segundo a qual os cidadãos estão hoje menos abertos a apoiar medidas políticas sobre ambiente.
O que o Eurobarómetro revela é que 84% dos europeus (94% dos portugueses) consideram que a ação da UE em termos legislativos é fundamental para proteger o ambiente. E 78% (90% dos portugueses) reconhecem que os problemas ambientais têm um efeito direto no seu dia-a-dia e na sua saúde.
Tendo em conta apenas a opinião dos portugueses, os dados indicam que para enfrentar os problemas ambientais é preciso restaurar a natureza (63% dos inquiridos), assegurar que a legislação ambiental é respeitada (62%), haver mais informação e educação (58%), remover subsídios a atividades que poluem (52%), assegurar que os produtos vendidos na UE não prejudicam o ambiente (44%), e promover a economia circular reduzindo resíduos e reutilizando e reciclando (43%).
Na área da proteção da natureza, os portugueses estão acima da média europeia a defender o reforço das regras de conservação da natureza e assegurar que estas são respeitadas, o alargamento das áreas naturais protegidas e o reforço da informação sobre a importância da natureza.
Quanto à economia circular, os portugueses também são mais preocupados do que a média europeia com os resíduos de plástico, os resíduos químicos e as baterias, mas mostram menor apetência para pagar mais por produtos que sejam mais fáceis de reparar ou recicláveis.
Os portugueses também demonstram menos empenho em atividades para reduzir os resíduos (desde a separação seletiva, 64% contra 66% da média da UE, à compra de produtos que minimizam a embalagem usada, 29% contra 49% da UE).
Quanto às substancias químicas, os portugueses são mais críticos do que a média europeia sobre o nível de proteção que a legislação confere quanto ao impacto na saúde e no ambiente.
A maioria dos portugueses (86%) diz-se preocupada com o impacto na saúde dos químicos em produtos do quotidiano, mas são menos cuidadosos ao fazerem as suas escolhas.
Sobre a água, os portugueses sentem-se menos informados do que a média europeia, mas valorizam mais as alterações climáticas, as secas e a escassez de água como ameaças do que a média dos europeus.
Ainda no mesmo setor, a Zero refere no comunicado que os portugueses são tendencialmente mais críticos do que a média dos europeus em relação ao uso que é feito da água e consideram que nenhum setor está a fazer o suficiente para a poupar, da indústria à agricultura ou turismo.
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