"Quebra de confiança política". Administração da ULS de Viseu demite-se

A decisão surge na sequência das declarações da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que considerou que os hospitais têm "lideranças fracas".

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Notícias ao Minuto com Lusa
13/06/2024 19:13 ‧ 13/06/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Viseu

O Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Viseu Dão-Lafões demitiu-se, esta quinta-feira, por falta de "confiança política", na sequência das declarações da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que considerou que os hospitais têm "lideranças fracas".

"As recentes declarações públicas da Sra. ministra da Saúde, em sede de audição parlamentar ocorrida no dia de ontem, constitui uma manifesta quebra de confiança política na atual equipa do órgão de gestão da ULSVDL", apontou a administração na carta de demissão dirigida à ministra e enviada à agência Lusa.

Nessa linha, a liderança da ULS entendeu "ser seu dever apresentar o pedido de demissão", para que uma nova equipa assuma o cargo "em condições de perfeita articulação com a tutela".

O Conselho de Administração salientou ainda deixar o cargo de "consciência tranquila", apesar das "insuficiências" e "limitações" que condicionaram o trabalho.

Ana Paula Martins, que falava na quarta-feira na comissão parlamentar de Saúde, considerou que as lideranças em saúde são "fracas", ao mesmo tempo que disse que "tem de haver escrutínio, tem de haver avaliação de desempenho para os gestores".

"O que é fácil é chegar a meio do ano e perceber que os indicadores não são bons", disse, acrescentando não ser aceitável ter em janeiro hospitais com profissionais já com o valor de horas extra anuais obrigatórias atingido.

"Não basta que os administradores venham dizer que não têm condições. É preciso perceber de que condições precisam", complementou, sublinhando que "nestas unidades, três IPO e 39 ULS [Unidades Locais de Saúde] estão 15 mil milhões euros de impostos dos portugueses".

A administração da Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões ativou a 1 de março o plano de contingência, por falta de médicos, que implicou o encerramento exterior das urgências pediátricas de sexta-feira a domingo no período noturno.

Segundo a administração da ULSVDL, a saída de dois médicos e a chegada do período de férias "agravaram" a situação levando ao encerramento das urgências pediátricas, desde 1 de junho, todas as noites da semana, entre as 20h00 e as 08h00.

[Notícia atualizada às 20h36]

Leia Também: Administradores hospitalares pedem divulgação de urgências encerradas

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