A Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULS Médio Tejo) realizou "com sucesso" uma cirurgia "pioneira" que levou "à cura" de um "grave problema urinário", no Hospital de Tomar.
A notícia é partilhada pela própria ULS Médio Tejo, em comunicado, explicando que foi utilizada uma "técnica minimamente invasiva" que devolveu "qualidade de vida" a um "utente operado três vezes, sem sucesso, nos últimos dois anos".
Pode ver várias imagens da intervenção na galeria que acompanha acima esta notícia.
O utente em questão tinha "vencido um cancro na bexiga", mas "mantinha um severo problema urológico (uma estenose da uretra)", que desenvolveu na sequência dos tratamentos oncológicos que "resultaram na recuperação plena e recidiva da doença oncológica".
Trata-se de uma doença que "afeta maioritariamente o sexo masculino e que causa o estreitamento da uretra, levando a uma diminuição do fluxo de urina a partir da bexiga para o exterior". Na prática, a estenose uretral "leva os doentes a não conseguirem urinar". e, em casos mais graves, como o deste utente, "há retenção integral da urina na bexiga".
A intervenção inovadora, "muito recente no mundo e no país", consiste num balão endoscópico que é introduzido na uretra e, após ser insuflado no estreitamento que provocava a patologia, oferece alívio imediato.
"A diferença entre os balões tradicionais, que também já se utilizam nesta patologia, é que este dispositivo está revestido de um agente de quimioterapia muito inovador – o paclitaxel – , que se vai difundir e aplicar um tratamento localizado na mucosa afetada pelo bloqueio da uretra. Após alguns minutos, o balão com o agente de quimioterapia é desinsuflado e removido", explica a ULS Médio Tejo.
De uma forma geral, os benefícios desta técnica passam por "uma alta taxa de sucesso no tratamento desta patologia extremamente incapacitante, graças ao agente inovador de quimioterapia que agora é uma abordagem de tratamento à estenose da uretra".
O diretor do Serviço de Urologia da ULS Médio Tejo, João Carlos Dias, descreveu o procedimento como "um sucesso absoluto".
"Estamos todos muito satisfeitos: esta cirurgia fez realmente a diferença na vida do nosso utente. Os sintomas da doença foram mitigados e a qualidade de vida do paciente melhorou de imediato. Esta técnica está associada a uma alta taxa de sucesso. Estudos a nível internacional apontam para doentes que a realizaram com sucesso, sem necessidade de reoperação ao fim de um e três anos", acrescentou.
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