Isaltino considera buscas desnecessárias: "Prática de beberetes é diária"

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, considerou hoje que as buscas feitas à autarquia eram "completamente desnecessárias".

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Marta Amorim
20/06/2024 21:36 ‧ 20/06/2024 por Marta Amorim

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Isaltino Morais

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, defendeu hoje que as buscas relacionadas com a investigação sobre despesas com refeições eram "completamente desnecessárias".

"Ainda por cima apareceram lá 58 inspetores. Bastava um ou dois, porque a Câmara Municipal tem a informação toda muito bem organizada", frisou em entrevista à CNN.

"Nunca foi utilizado o montante máximo para almoços. No caso de Oeiras são 3 mil euros por mês. Em seis anos nunca foi utilizado este montante máximo", afiança Isaltino Morais, reagindo às buscas que visaram hoje a Câmara de Oeiras. 

O autarca acrescentou que "a questão dos almoços, dos jantares, etc, não pode ser questionada porque [refeições] são sem mácula".

"Ainda hoje à tarde estive na entrega de prémios de provas de conceito a cientistas, e lá estava o beberete. Passei pela Câmara, lá está uma informação para mais um beberete com uma conferência", disse ainda, frisando que "esta prática é diária, faz parte do quotidiano e é uma questão de mera administração".

"A justiça não tem de se meter nisto a não ser que haja qualquer suspeita de fraude", afirmou. 

Recorde-se que a Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas na Câmara de Oeiras, esta manhã de quinta-feira.

À agência Lusa, a Câmara de Oeiras adiantou que "as buscas estão relacionadas com almoços de trabalho do município, como foi do conhecimento público no ano passado, e decorrem nos Paços do Concelho e no Edifício Atrium [com serviços municipais]".

Os almoços dispendiosos do presidente da Câmara de Oeiras vieram 'à tona' numa notícia da revista Sábado, que deu conta de que o autarca gastou 139 mil euros em 1.441 "almoços de trabalho", desde 2017.

A polémica levou ainda à criação de um roteiro gastronómico que incluía links para todos os restaurantes mencionados durante a sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Oeiras, em que Isaltino Morais procurou justificar os gastos.

Apesar das iguarias que elencou, entre elas arroz de lagosta, lavagante ou vinhos de preços elevados, o autarca assegurou que almoçar é "um sacrifício enorme", tendo confessado que muitas vezes opta por uma "salada" e um "copo de água", face ao esforço que faz para "emagrecer".

"Para mim é um sacrifício enorme. Só já vou a almoços e jantares por dever de ofício e continuarei a ir", disse, na altura.

Leia Também: Buscas? Isaltino reage: "Acha que tenho barriga para consumir isso tudo?"

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