A ex-procuradora-geral da República Joana Marques Vidal morreu hoje, aos 68 anos, no Hospital de São João, no Porto, depois de ter estado várias semanas internada em coma.
Em declarações à agência Lusa, José Cunha Rodrigues destacou que Joana Marques Vidal tinha uma "especial capacidade" e "um sentido muito eclético da vida, pois foi sindicalista, presidiu à Associação de Apoio à Vítima (APAV), trabalhou muito nas áreas ligadas aos menores e foi uma Procuradora-Geral que quis conciliar todos esses setores e fê-lo de uma maneira brilhante".
"Ela tinha um pouco o costume de dizer que era minha discípula, mas isso era apenas uma prova de humildade porque, de facto, ela conseguiu prestigiar o Ministério Público (MP) com as suas capacidades, a sua personalidade e os seus méritos", disse à Lusa Cunha Rodrigues, que desempenhou as funções entre 1984 e 2000.
"É o que posso dizer, curvando-me perante a memória dela", vincou.
Entre Cunha Rodrigues e Joana Marques Vidal, desempenharam as funções de PGR Souto Moura (2000-2006) e Pinto Monteiro (2006-2012).
A informação da morte de Joana Marques Vidal foi confirmada à Lusa por fonte próxima da família, depois de ter sido avançada pelo jornal Observador.
Joana Marques Vidal foi a primeira mulher a liderar a Procuradoria-Geral da República, entre 2012 e 2018, sendo sucedida no cargo por Lucília Gago, a atual PGR.
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