A secretária regional da Saúde nos Açores, Mónica Seidi, disse hoje no parlamento regional, na cidade da Horta, durante um debate urgente sobre saúde pedido pelo PS, que o Posto Médico Avançado, uma solução de emergência aplicada no Estado de Calamidade, será desativado com a reabertura da ala nascente do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, que foi atingido por um incêndio no início de maio.
"Já tive oportunidade de dizer. Era expectável que, se estivessem reunidas as condições de segurança, a ala nascente tivesse aberto no dia 01 de julho", afirmou Mónica Seidi.
A titular da pasta da saúde no arquipélago dos Açores esclareceu que isso não aconteceu porque as condições de segurança não estavam reunidas e devido ao relatório da Ordem dos Engenheiros que apontou algumas debilidades.
Assim, referiu que o executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM) está a "preparar a ala nascente [do HDES] para desativar o Posto Médico Avançado e essa ala nascente abrir com total segurança no próximo dia 15 de julho".
"É esse o nosso papel. Enquanto não houver segurança... eu não abdico desta mesma qualidade para devolver também segurança aos profissionais de saúde e aos utentes que lá estarão, porque até agora nós tivemos áreas de circulação a funcionar no hospital em que os doentes não pernoitavam", explicou.
Segundo Mónica Seidi, com a abertura da ala nascente do HDES, "com a implementação de cerca de 200 camas de internamento", estará "uma quantidade significativa de doentes naquele espaço".
"Portanto, os nossos critérios terão de ser ainda mais apertados e mais rigorosos", acrescentou.
"Já reunimos com o Serviço Regional de Proteção Civil, já trouxemos cá [a São Miguel], por duas vezes, o diretor de serviços do Hospital de Santa Maria, e temos um plano definido para aquela estrutura, porque, efetivamente, as condições de segurança preocupam este Governo [Regional] e não abdicaremos das mesmas", garantiu.
O Posto Médico Avançado ou hospital de campanha, foi instalado pela Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), no dia 09 de maio, no pavilhão gimnodesportivo da Escola Mãe de Deus, em Ponta Delgada.
O equipamento começou a funcionar no dia 10 de maio com capacidade para 34 pacientes que estavam internados no hospital e tiveram de ser transferidos para o centro de saúde, mas a sua capacidade foi posteriormente aumentada para 60 camas.
"A duplicação da capacidade foi solicitada pelas autoridades de saúde açorianas, conseguindo a Cruz Vermelha dar resposta em cerca de 24 horas graças ao material logístico disponível nos Açores e que ficará em permanência na região, reforçando a sua autonomia futura em situações de emergência e catástrofe", adiantou a CVP em comunicado.
O incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, que deflagrou em 04 de maio e cujos prejuízos estão estimados em 24 milhões de euros, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.
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