O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse, esta quinta-feira, que o "desafio mais imediato" da NATO é a "defesa da Ucrânia face a uma agressão absolutamente injustificada" por parte da Rússia. E garantiu que a NATO e outros países, que não fazem parte da Aliança, como a Austrália, a Nova Zelândia, o Japão e a Coreia do Sul, estão "alinhados no apoio" à Ucrânia.
"Há que deixar claro, de uma vez por todas, que a Ucrânia não vai só ter o apoio até que seja necessário. A Ucrânia vai ter o apoio até que prevaleça sobre a Rússia", garantiu o primeiro-ministro no final da cimeira da NATO.
Questionado se as visitas recentes a Moscovo e Pequim do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que detém a presidência rotativa da União Europeia, não colocam em risco esse consenso, Montenegro preferiu desvalorizar.
"Eu acho que enfatizar uma voz ou um comportamento deslocados daquilo que é o essencial não ajuda a pôr em cima da mesa aquilo que verdadeiramente é mais importante. Não me lembro de haver uma Aliança tão forte, tão consistente, tão disponível, como aquela que tem juntado os estados membros da União Europeia e os aliados da NATO", referiu ainda Montenegro.
"Creio que o mais relevante é assinalar os 75 anos de uma Aliança que, do ponto de vista multilateral, atingiu o máximo na nossa história em termos de durabilidade e aquilo que nós esperamos é que possa continuar", afirmou.
O primeiro-ministro considerou também que a Rússia é uma nação hostil à Aliança. No entanto, a NATO "está empenhada" em ter soluções para combater ameaças novas "como ciberataques e campanhas muito bem orquestradas de desinformação".
É devida uma palavra de grande reconhecimento à paciência que os nossos militares das Forças Armadas, de todos os ramos, tiveram e a contenção que tiveram
Questionado, após o anúncio de investimento na Defesa, se estava previsto o aumento salarial de militares, Montenegro disse que "está previsto o investimento nos recursos humanos". Ainda assim, reconheceu que esse processo vai ser liderado "tranquilamente" pelo ministro da Defesa, Nuno Melo, após o Governo ter chegado a um acordo com as forças de segurança.
"É devida uma palavra de grande reconhecimento à paciência que os nossos militares das Forças Armadas, de todos os ramos, tiveram e a contenção que tiveram. Muitas vezes não seria fácil enfrentar, do ponto de vista público, um processo que estava ali a correr ao lado e que, de forma indireta, também lhes dizia respeito. Eu anotei", reconheceu Luís Montenegro.
O primeiro-ministro foi mais longe e elogiou a "postura responsável" das Forças Armadas, garantindo que "é o que se espera de quem representa a autoridade do Estado".
O chefe de Governo assinalou ainda os 100 dias de Governo e realçou que fez ainda pouco "para o muito que quer fazer por Portugal" e que vai continuar a trabalhar "para resolver os problemas estruturais do país".
[Notícia atualizada às 00h00]
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