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BES Angola. Ricardo Salgado e Álvaro Sobrinho vão mesmo a julgamento

Ricardo Salgado, Álvaro Sobrinho e outros três arguidos vão a julgamento por branqueamento e abuso de confiança.

BES Angola. Ricardo Salgado e Álvaro Sobrinho vão mesmo a julgamento
Notícias ao Minuto

15:58 - 15/07/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País BES Angola

O antigo banqueiro Ricardo Salgado e o ex-presidente do BES Angola, Álvaro Sobrinho, vão a julgamento por burla, abuso de confiança e branqueamento de capitais.

 

A eles juntam-se outros três arguidos - l os ex-administradores do BES Morais Pires, Rui Silveira e Hélder Bataglia.

A leitura da decisão instrutória sobre o processo do BESA foi proferida pela juíza de instrução Gabriela Lacerda Assunção no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.

Raul Soares da Veiga, advogado de Amílcar Morais Pires, disse não ter ficado surpreendido com a decisão, uma vez ter havido "indeferimento total de todas as diligências de prova requeridas pelos arguidos, o que significa que a instrução não serve para nada".

"Do nosso ponto de vista há aqui um desvirtuamento da função da instrução", asseverou, em declarações à RTP. 

Também Adriano Squilacce, advogado de Ricardo Salgado, diz que a defesa fica "surpreendida" com uma "questão tão grave e gravosa como a doença de Alzheimer a ser desconsiderada para realização de perícias neste processo".

Em causa estão o ex-banqueiro angolano Álvaro Sobrinho, que foi acusado de 18 crimes de abuso de confiança e cinco de branqueamento, e o ex-presidente do GES, Ricardo Salgado, a quem foram imputados cinco crimes de abuso de confiança e um de burla.

O ex-banqueiro angolano é suspeito de se ter apropriado indevidamente de centenas de milhões de euros, num caso cujos factos terão ocorrido entre 2007 e julho de 2014.

Estão também em causa os ex-administradores Amílcar Morais Pires, visado por um crime de abuso de confiança e outro de burla, Helder Bataglia, acusado de um crime de abuso de confiança, e Rui Silveira, que responde apenas por um crime de burla.

Por outro lado, as defesas dos arguidos do processo BESA contestaram no debate instrutório a tese do MP e consideraram que o tribunal não deve levá-los a julgamento. Os advogados apontaram uma alegada falta de competência territorial dos tribunais portugueses para se pronunciarem sobre os factos deste processo, mas também criticaram a acusação do MP, ao declararem que a mesma é injusta ou que assenta em contradições, especulações e deduções.

A acusação do processo BESA foi conhecida em julho de 2022 e respeita à concessão de financiamento pelo BES ao BESA, em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário. Por força desta atividade criminosa, a 31 de julho de 2014, o BES encontrava-se exposto ao BESA no montante de perto de 4,8 mil milhões de euros.

As vantagens decorrentes da prática dos crimes indiciados, neste inquérito, contabilizam-se nos montantes globais de 5.048.178.856,09 euros e de 210.263.978,84 dólares norte-americanos, de acordo com a acusação.

Segundo o DCIAP, além "das quantias movimentadas indevidamente a débito das contas do BESA domiciliadas no BES, em Lisboa, para crédito de contas de estruturas societárias que funcionaram em seu benefício pessoal, também em diversas ocasiões Álvaro Sobrinho utilizou a liquidez disponibilizada naquelas duas contas bancárias para fazer face ao pagamento de despesas na aquisição de bens e no financiamento direto da atividade de outras sociedades por si detidas".

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