"Podem ajudar a combater esta criminalidade que tem vindo a trazer alguma insegurança às ruas de Benfica", afirmou o presidente da junta, Ricardo Marques (PS), no âmbito da reunião da Assembleia Municipal de Lisboa.
O autarca do PS referiu que a lista dos 26 postos para a colocação de câmaras de vigilância foi concertada com a Polícia de Segurança Pública (PSP) e enviada "há mais de um mês" para a Câmara Municipal de Lisboa, inclusive para o vereador da Segurança, Ângelo Pereira (PSD), aguardando ainda uma resposta.
Ricardo Marques falava após a intervenção do freguês André Pestana, em representação da Associação de Moradores do Bairro de Santa Cruz de Benfica e Zonas Contíguas, em que expôs "a criminalidade e o sentimento generalizado de insegurança entre os moradores do bairro".
"Todas as semanas ocorrem assaltos aos quintais das vivendas. Às vezes, várias vezes na mesma noite, à mesma vivenda, e os carros estacionados na via pública são também alvo de assaltos recorrentes", indicou o morador, referindo que há também "um gangue especializado em roubar maquinaria de obra".
André Pestana disse que pediu a intervenção da câmara e teve uma resposta do vereador Ângelo Pereira, em junho, que foi, "no mínimo, caricata", porque "era apenas a informar que existe uma esquadra a menos de 200 metros do bairro".
Apesar de ter abordado este tema, o morador interveio na assembleia a propósito de uma petição pela criação de mais postos de abastecimento elétrico no Bairro de Santa Cruz de Benfica e zonas contíguas, referindo que este bairro tem cerca de 8.000 residentes e "conta apenas com um posto de carregamento público", e em toda a freguesia de Benfica, com cerca de 37 mil residentes, são apenas quatro.
Em resposta, o presidente da junta indicou que "a câmara está demorada no processo" para a colocação de carregadores elétricos, pelo que o executivo da freguesia vai, na próxima semana, lançar um concurso público para 50 postos de carregamento elétrico no estacionamento público, indicando que já tem o caderno de encargos fechado.
Neste âmbito, a assembleia aprovou, por unanimidade, uma recomendação para que a câmara informe sobre "o ponto de situação e/ou conclusão dos 55 processos de instalação de postos de carregamento elétrico relativos à freguesia de Benfica, que se iniciaram em março, assim como relativamente aos processos das restantes freguesias de Lisboa".
Em representação da câmara, a vereadora das Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD), considerou a luta dos moradores "tão justa e tão necessária", informando que, "dos 55 postos que os operadores pediram, 25 já estão pré-validados" com os serviços municipais, pelo que já podem avançar com esses na freguesia de Benfica.
A assembleia apreciou ainda uma petição pela requalificação do Bairro de Bom Pastor e do Bairro Sargento Abílio, ambos em Benfica, tendo decidido, com a abstenção do Chega, recomendar à câmara que avance com uma intervenção.
A vereadora Filipa Roseta adiantou que a câmara está já a trabalhar para assegurar "uma vida melhor nestes bairros, que estão há 20 anos à espera de obras, esperando que seja em 2024 que elas acontecem", já a partir de agosto.
Os deputados municipais aprovaram ainda, por unanimidade, uma recomendação a propósito de uma petição pela salvaguarda da histórica livraria Ferin, que encerrou este ano, sabendo-se já que o espaço vai acolher a loja A Vida Portuguesa, que tem de manter as características do edifício.
"Empreenda um processo de reflexão sobre o Programa Lojas com História tendo em conta as expectativas suscitadas aquando da sua criação e os resultados alcançados" é um dos pontos da recomendação dirigida à câmara.
Na reunião, a assembleia aprovou, com a abstenção do PPM e do deputado do PS Luís Coelho, uma proposta da câmara para a criação do Hotel Social, na Mouraria, projeto destinado ao alojamento urgente e temporário de pessoas em situação de especial vulnerabilidade, que requer uma empreitada até 2026, num investimento de 2 milhões de euros.
Com os votos contra de PEV, PCP e Chega, a abstenção de BE, dois deputados independentes dos Cidadãos por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e PPM, e os votos a favor de Livre, PS, PSD, PAN, IL, MPT, Aliança e CDS, os deputados aprovaram a proposta da câmara para aquisição de serviços de remoção de 'tags' e 'graffiti' na cidade, entre 2024 e 2026, até ao valor máximo de 6,13 milhões de euros (IVA incluído).
Leia Também: Falta de parecer. Mais 117 câmaras de videovigilância no Porto suspensas