"A retirada da proposta por parte do ministério representa, acima de tudo, o reconhecimento de um erro que cometeu ao apresentar uma proposta que insulta uma classe", adiantou à Lusa o presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SE), após a reunião negocial de hoje.
Em causa estava, segundo o SE, uma proposta apresentada no início do mês pelo ministério de Ana Paula Martins de um aumento salarial de 52 euros para quem entrasse, pela primeira vez, na categoria de enfermeiro, enfermeiro-especialista ou enfermeiro-gestor, que a plataforma sindical considerou ser inaceitável.
Pedro Costa referiu que os sindicatos presentes na reunião - SE, Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU), Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE), Sindicato Independente Profissionais Enfermagem (SIPENF) e Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) -- apresentaram ao Governo uma contraproposta.
De acordo com Pedro Costa, essa contraproposta prevê aumentos salariais de cerca de 400 euros, ou seja, dois índices remuneratórios, com aplicação faseada em 2024, 2025 e 2026, para todos os enfermeiros.
"Nós mantemos as nossas linhas vermelhas. São dois índices remuneratórios da tabela de enfermagem. Isso é inegociável e ficou novamente vincado nessa reunião", salientou o dirigente sindical.
O presidente do SE considerou ainda "positiva" a reunião de hoje e adiantou que ficou marcada uma nova ronda negocial para 12 de setembro.
"Se nada acontecer em setembro, os enfermeiros prometem paralisar o Serviço Nacional de Saúde, porque não vamos aceitar que os dois índices remuneratórios não sejam atendidos", avisou Pedro Costa, que admitiu que a contraproposta dos sindicatos tem implicações orçamentais.
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