"Estabelecemos uma prioridade, os homens e as mulheres das Forças Armadas, e os aumentos que decidimos foram justos e, na verdade, só pecam por tardios. Dito isto, não, não prejudica nenhumas missões futuras", garantiu Nuno Melo aos jornalistas, em Monte Real, Leiria, após ser questionado se o orçamento das Forças Armadas ficará debilitado com aqueles aumentos.
À margem da cerimónia de receção da força nacional destacada no teatro de operações da Lituânia, no âmbito da missão 'Enhanced Air Policing 2024' da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, na sigla em inglês), o ministro anunciou que, em 2025, haverá outro destacamento com quatro aeronaves F-16 e perto de 80 militares na Estónia.
"O compromisso de Portugal com os Aliados e o papel de Portugal na NATO é para manter e para ser reforçado", assegurou, reiterando que "o compromisso do Governo é até o de aumentar o investimento nas Forças Armadas até 2% do Produto Interno Bruto em 2029, faseadamente".
Nesse sentido, haverá nos próximos anos "mais investimento, nas pessoas, nos militares e também em tudo aquilo que são prioridades que estão identificadas nas Forças Armadas".
O ministro da Defesa Nacional reconheceu ainda que existem "problemas de recrutamento e de retenção" de militares, precisando que "entre 2015 e 2024 houve uma redução de cerca de 20% do efetivo".
"No entanto, também sabemos porque é que isso acontece e as medidas que tomámos destinaram-se a dar resposta a algumas dessas razões, eu diria até às principais das razões que estão identificadas", apontou, elencando as medidas tomadas pelo Governo, como o aumento do suplemento da condição militar, dos salários,
Nuno Melo referiu que "há outros problemas que estão identificados e justificam muitas das saídas dos militares", como o custo do alojamento, pelo que foi aumentado o "suplemento destinado à residência", enumerando outros aumentos.
"Isto não afeta missões, nem coisa nenhuma das Forças Armadas, muito pelo contrário", afiançou, defendendo que com "militares mais motivados" consegue-se "ter muito melhor desempenho e principalmente tem um Estado a fazer justiça, como é suposto".
Para o governante, "hoje, os militares têm melhores condições para aderir, cumprir o seu sonho de vida nas Forças Armadas e, já agora, para ficar".
Sobre as críticas da alegada ausência de envolvimento das associações nas medidas de valorização salarial para os militares, respondeu: "Se tiver de ouvir críticas porque aumentei salários e suplementos fico muito satisfeito com isso".
Segundo o ministro, as associações foram ouvidas e vão voltar a ser ouvidas, assim como as chefias militares, porque este processo não acabou aqui.
"Agora temos de fazer a concretização legislativa, dos diplomas legislativos, no plano regulamentar, e, portanto, eu tenho toda a intenção de que sobre os diplomas em concreto as associações também se pronunciem e serão recebidas por mim, como é normal", declarou Nuno Melo.
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