O presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, Nuno Clode, recordou esta terça-feira, a propósito do caso da grávida, a quem foi recusada assistência no Hospital das Caldas da Rainha, após sofrer um aborto e estar com uma "hemorragia aguda", que "qualquer hospital tem a obrigação de avaliar a pessoa".
Para o médico "independentemente da especialidade", e perante uma situação de "hemorragia aguda", havia obrigação de fazer "pelo menos a avaliação, a estabilização e o envio da mulher para um hospital mais diferenciado".
"Penso que é uma situação que deve ser avaliada porque nós os médicos devemos saber resolver, independentemente da especialidade, uma situação em que uma mulher está numa hemorragia aguda e que, eventualmente, pode estar em risco a vida dela", começou por dizer em entrevista à CNN Portugal, acrescentando que, "qualquer unidade hospitalar, perante uma situação de hemorragia aguda, independentemente da especialidade que, eventualmente, estejamos a falar, tem a obrigação de, pelo menos, avaliar a pessoa e perceber se é uma situação que precisa de algum suporte de vida".
Durante a mesma entrevista, Nuno Clode criticou a falta de organização no Serviço Nacional de Saúde (SNS), admitindo não ser "nada de novo", alertando, no entanto, para o "grau de ansiedade" que as grávidas vivem perante a incerteza de serem ou não atendidas.
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