O alerta é feito através de uma carta aberta assinada pelo presidente da AHBVV, Vítor de Sousa Gatinho, que está a ser distribuída pela população do concelho e que foi publicada hoje na página da corporação numa rede social.
"Queremos comunicar à população a real situação em que está o corpo de bombeiros e explicar, de uma forma clara, que o socorro está comprometido, devido à falta de recursos humanos e materiais", afirmou à agência Lusa o responsável.
Segundo o presidente desta associação humanitária, o efetivo da corporação é constituído por 42 bombeiros, dos quais 22 são profissionais, ou seja, são assalariados, e os restantes 20 são voluntários.
"Com o número de voluntários que temos a garantir o socorro ao fim de semana, que é quando prestam o serviço, a carência operacional acaba por ser muito elevada, embora os profissionais também façam voluntariado", sublinhou.
Atualmente, reconheceu Vítor de Sousa Gatinho, tem sido "difícil conseguir manter as equipas completas para a resposta ao socorro".
A situação em que a corporação se encontra leva a que haja, "muitas das vezes, um atraso na resposta" a essas ocorrências, implicando que tenham de "vir meios de outros corpos de bombeiros" prestar socorro, admitiu.
Além disso, existe um problema "em termos de equipamento", notou, dando um exemplo concreto: "O veículo mais novo de combate a incêndios rurais tem 30 anos".
Assinalando que as dificuldades de recrutamento atingem todas as corporações, o responsável lamentou os "poucos incentivos ao voluntariado e, principalmente, os poucos apoios para a contratação de profissionais".
"A AHBVV é o principal agente de proteção civil neste pequeno concelho e acaba por haver um desinvestimento e um pouco falta de atenção, quer da parte das entidades competentes ao nível local, quer a nível nacional", vincou.
O Parque Industrial de Vendas Novas, alertou o mesmo responsável, está "em franca expansão", com a instalação de novas empresas e fábricas, mas "a capacidade de resposta do corpo de bombeiros não acompanha esse crescimento".
"Estamos a tentar, de todas as formas e mais algumas, junto das entidades competentes e a nível local também, que sejam encontradas soluções", pois "não conseguimos resolver este problema sozinhos", referiu.
Além da carta aberta à população, de acordo com Vítor de Sousa Gatinho, a AHBVV também já entregou à Câmara de Vendas Novas um documento com sugestões de medidas que podem "mitigar esta situação no imediato e a médio prazo".
O responsável escusou-se, contudo, a revelar quais são as medidas propostas pela associação humanitária, alegando que ainda estão a decorrer conversações com o município.
Leia Também: Homem de 50 anos morre afogado na praia da Madalena em Gaia