Organizações lançam campanha para quebrar mitos e preconceitos sobre VIH
Organizações de luta contra a sida lançaram uma campanha de sensibilização para combater o estigma associado à doença, elucidando que pessoas que vivem com VIH e estão em tratamento eficaz não transmitem o vírus.
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País Doença
Coordenada pelo Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) e a associação Ser+, a campanha 'Transmissível' pretende quebrar mitos e preconceitos sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), que causa a sida, adiantam as organizações em comunicado hoje divulgado.
A campanha conta cinco histórias reais registadas em vídeo, onde se destaca "a importância do conhecimento sobre a não-transmissão do VIH quando a pessoa diagnosticada está sob tratamento e com carga viral indetetável".
O Relatório Stigma Index 2.0, promovido pelo Centro Anti Discriminação (CAD) VIH e Sida, relata que o estigma ainda atinge com frequência as pessoas que vivem com VIH e os dados mostram que 38% dos participantes revelaram ter sido alvo de discriminação social.
Para o coordenador do CAD e presidente da Direção do GAT, João Brito, esta campanha "é um passo crucial para educar a sociedade e acabar com os estigmas sem fundamento associados ao VIH", que se estimava afetar 45.532 pessoas em Portugal em 2021, segundo os últimos dados oficiais.
"Queremos mostrar que, com um tratamento eficaz, as pessoas com VIH podem viver vidas longas e saudáveis, sem transmitir o vírus. É altura de quebrar as barreiras que ainda existem no que toca à compreensão desta infeção", sublinha João Brito, citado no comunicado.
Ana Duarte, coordenadora do CAD e responsável pela área da formação, diz, por seu turno, que a formação e capacitação das comunidades que vivem com VIH, dos profissionais de saúde e da população em geral "essencial para erradicar os contextos discriminatórios".
As organizações lembram que, durante os últimos 20 anos, estudos científicos têm comprovado que pessoas com VIH, com recurso a um tratamento eficaz e uma carga viral indetetável, não podem transmitir o vírus a outras pessoas.
Apesar do avanço científico, persistem mitos que a campanha pretende desconstruir, entre eles o de as pessoas com VIH terem sempre o risco de transmitir o vírus, de terem usar preservativo para não transmitir o vírus, o que a campanha esclarece é que se a pessoa está diagnosticada e em tratamento eficaz há mais de seis meses e com a carga viral indetetável, o vírus não será transmitido com ou sem o uso do preservativo, em qualquer prática sexual.
"Pessoas com VIH têm a responsabilidade de acabar com a transmissão" é outro mito, uma vez que "o vírus é transmitido por pessoas que desconhecem viver com o vírus".
A campanha realça que a prevenção é da responsabilidade de todas as pessoas, sendo "crucial que as pessoas que desconhecem o seu estatuto serológico para o VIH, façam o rastreio do VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis regularmente".
Há ainda o mito de que quem vive com a infeção parece sempre doente, o que também é falso: A maioria está perfeitamente saudável e, com o tratamento antirretroviral, pode viver uma vida longa e saudável.
"É da responsabilidade de todos saber mais sobre o vírus e ajudar a acabar com o estigma e a discriminação. Por outro lado, a prevenção é um dever de toda a sociedade e adotar práticas para sexo mais seguro com o uso do preservativo e da Profilaxia Pré-Exposição e da Profilaxia Pós-Exposição", salientam os promotores da campanha, que contou com o apoio da ViiV Healthcare e da Direção-Geral da Saúde.
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