O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lançou aos maiores partidos do país um desafio: a criação de um pacto de regime na área da saúde, sendo "mesmo fundamental" que exista estabilidade e "continuidade política" no futuro.
À SIC Notícias, em Monte Gordo (Algarve), onde se encontra de férias, o chefe de Estado reconheceu que "o Governo anterior não tinha começado ainda a aplicar a reforma que pretendia no modelo de gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS)" e "havia lugares para preencher", o que aconteceria em 2024.
O antigo ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes também comentou, por sua vez, um possível pacto de regime na Saúde, na CNN Portugal. "Neste momento, temos um Parlamento muito fragmentado. Temos uma crispação política que é, naturalmente, maior porque a disputa pelo poder torna-se mais intensa", disse, admitindo que "os portugueses não ganham nada com este jogo de passa-culpas".
"Não é aceitável que continuemos no verão, em 2024, com uma grávida, como ainda hoje, a ter um parto numa ambulância, com esta incerteza da abertura e do fecho [de urgências]", afirmou, explicando que "o pacto de regime é mais bom senso e responsabilidade política e menos partidarite naquilo que são verdadeiramente as falhas que existem e são reais".
A ele juntou-se, no mesmo canal, o antigo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas, que considerou que o antigo diretor-executivo do SNS Fernando Araújo é o "pai" da atual situação na saúde. "O atual Governo cometeu o erro de ter criado condições para ele se ir embora", criticou Relvas.
No âmbito dos esforços políticos dirigidos ao setor da saúde, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitaram o Hospital Santa Maria, em Lisboa.
"O Presidente da República teve a atitude correta" em juntar-se à visita, considerou o comentador político Luís Marques Mendes, no seu espaço habitual de comentário na SIC, no domingo à noite.
"Há aqui um padrão presidencial que é - sobretudo em momentos delicados e governos minoritários - que o Presidente da República deve ajudar sem deixar de ser o árbitro para que as questões importantes dos portugueses se resolvam", frisou.
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