A mãe de uma das jovens atacadas em Castelo de Vide, no Alentejo, por um ex-militar espanhol que já tinha matado um casal e violado uma mulher, em Espanha, revelou que a filha "está traumatizada" e em choque com tudo o que lhe aconteceu.

Em entrevista à CNN Portugal, Sandra Carmo começou por contar que Sara estava com a amiga na barragem de Póvoas e Meadas a passar "um bocadinho de tempo" quando ambas foram atacadas pelo homem, que se sabe agora ser Manuel Martínez Quintas, mais conhecido por 'El Quintas', que passou a maior parte dos seus 74 anos a entrar e sair da prisão.

Primeiro, o espanhol, que vivia há cerca de cinco anos em Portugal, tentou violá-las, depois tentou matá-las.

À Polícia Judiciária (PJ), as jovens contaram tudo o que se passou, mas à mãe, Sara não conseguiu contar tudo.

"Só me contou… pronto… na hora do tiro e pouco mais. Um tiro para o ar e outro que atingiu a elas as duas", disse Sandra, explicando que o tiro disparado por 'El Quintas' só não terá sido mais grave para Sara porque a amiga tinha a mão nas suas costas.

"Apesar da infelicidade que foi, foi a sorte da minha filha, senão a minha filha já cá não estava", afirmou.

As feridas físicas estão a ser tratadas, mas as psicológicas vão demorar mais a passar. "Partiu a cabeça, fez uma ferida no joelho e pronto, é a ferida das costas. A pior das feridas é a psicológica, uma ferida muito grande, está traumatizada, está a ser muito difícil, só ela é que pode dizer mesmo o que se passou", salientou Sandra.

Recorde-se que o caso remonta a terça-feira da semana passada, altura em que as duas jovens, de 17 e 22 anos, foram atacadas por Manuel Quintas, junto à barragem de Póvoas e Meadas, em Castelo de Vide.

Além de as ter tentado violar, o espanhol tentou matá-las, atingido-as a tiro, o que as deixou feridas.

As raparigas foram encontradas seminuas pelas autoridades e o suspeito detido, enquanto tentava fugir e esconder a arma do crime.

O homem, que sabe-se agora ter cumprido pena pelo homicídio de dois jovens em Espanha e a violação de uma mulher, também no país vizinho, está agora em prisão preventiva, onde aguarda novamente julgamento.

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