"Não existem dados do solo, nem é feita qualquer monitorização, por isso os cientistas vão reunir dados químicos, físicos e biológicos para ter um ponto de partida sobre a saúde do solo, muito importante para a resiliência climática, capacidade de retenção da água ou biodiversidade", explicou a investigadora responsável pelo projeto, Georgete Félix.
O "Húmus - Healthy Municipal Soils" foi financiado em 30 mil euros pelo programa comunitário Horizonte Europa, que visa implementar a Missão Solo Europa ao nível regional e local, através da instalação de uma centena de laboratórios vivos.
Trata-se do único projeto-piloto aprovado para Portugal neste âmbito. Houve 20 projetos selecionados, entre 65 candidaturas elegíveis, a nível europeu.
Durante um ano, a investigação vai focar-se no estudo dos solos agrícolas e vitícolas da freguesia de São Mamede da Ventosa e na respetiva importância socioeconómica.
Vão ser desenvolvidas atividades como inquéritos aos agricultores para avaliar a literacia sobre os solos, os usos e as práticas agrícolas desenvolvidas.
Promover essa literacia, reforçar a base de conhecimento para a gestão dos solos e criar projetos inovadores de base local para melhorar a saúde do solo são alguns dos objetivos da Missão Solo.
O estudo deverá terminar em junho de 2025, altura em que vai ser avaliado o seu alargamento a todo o concelho, no distrito de Lisboa.
"Um dos projetos futuros é vir a ter um observatório dos solos", adiantou a especialista em sustentabilidade.
O projeto conta com uma equipa e com uma comissão científica de acompanhamento interdisciplinares, cruzando várias áreas de conhecimento, tendo em vista a gestão sustentável dos solos no concelho.
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