"O dr. Álvaro Monjardino, seja como político, como homem de pensamento e de cultura, ou como advogado distinto, muito ajudou a construir o modelo autonómico dos Açores, numa incessante busca pelas melhores soluções da livre governação dos Açores pelos açorianos", refere Armando Domingues, citado em nota de imprensa.
De acordo o bispo responsável pela região, Álvaro Monjardino também "contribuiu de forma inequívoca para o estudo e conhecimento da história deste arquipélago", enquanto investigador.
"A sua investigação nunca descurou a importância do contributo da Igreja [Católica] na construção desta sociedade insular. Foi igualmente um homem de família, um pai e avô dedicado", frisa.
Nascido em 06 de outubro de 1930, na freguesia da Conceição, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Álvaro Monjardino morreu na sexta-feira, aos 94 anos, na sua terra natal.
Licenciado em Direito, foi filiado no PSD e exerceu vários cargos políticos, como deputado à ALRAA na I e II legislaturas (pelo círculo eleitoral da Graciosa) e na III legislatura (pelo círculo eleitoral da Terceira), tendo sido eleito presidente do parlamento açoriano nas duas primeiras legislaturas (1976/1978 e 1979/1984).
Foi ainda vogal da Junta Regional dos Açores, na área da Coordenação Económica e Finanças, e ocupou o cargo de ministro-adjunto do primeiro-ministro no IV Governo Constitucional, chefiado por Carlos Mota Pinto (1978-1979).
Álvaro Monjardino foi também presidente da direção do Instituto Histórico da Ilha Terceira (1984-1999), sócio correspondente da Academia Portuguesa de História e um dos "principais obreiros" do processo que levou à classificação do centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo como Património da Humanidade na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês).
Em 03 de setembro de 2021, por ocasião das comemorações dos 45 anos da autonomia regional, foi homenageado pela Assembleia Legislativa na inauguração da biblioteca do parlamento açoriano - designada desde essa data por Biblioteca Álvaro Monjardino -, numa cerimónia presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O velório de Álvaro Monjardino terá início hoje pelas 14h00 locais (15h00 em Lisboa) na igreja da Misericórdia de Angra do Heroísmo e o funeral decorre no domingo, às 10h00 locais, informou a família.
Leia Também: Líder do PS/Açores manifesta consternação pela morte de Álvaro Monjardino