O presidente da Região Autónoma da Madeira, Miguel Albuquerque, faz este sábado o ponto de situação do incêndio na região, salientando que "as decisões tomadas foram as adequadas".
"Queria realçar que, até agora, a estratégia adotada pela Proteção Civil, colocando os agentes nos pontos críticos e protegendo os núcleos urbanos e as infraestruturas públicas revelou-se, mais uma vez, a mais acertada face à complexidade deste incêndio. Ou seja, tecnicamente as decisões foram as adequadas e aquelas, face à ameaça latente eram as mais corretas", começou por dizer Albuquerque, esta manhã, numa conferência de imprensa no Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, no Funchal.
O governante realça que, neste momento, "as frentes de fogo ativo estão substancialmente diminuídas ou são inexistentes", indicando que persiste ainda - e apenas - um "foco de potencial reacendimento" na Ponta do Sol.
"Até ao momento, e passados 11 dias, não há qualquer vítima a lamentar, não há qualquer pessoa ferida, nenhuma habitação foi consumida pelo fogo, nenhuma estrutura essencial pública foi afetada, designadamente as centrais hidroelétricas", afirmou ainda o chefe do executivo madeirense, referindo que, apesar da dimensão do fogo, que consumiu mais de 5.000 hectares, apenas foram danificados "alguns espaços residuais" da floresta laurissilva.
Fazendo um agradecimento a todas as forças de segurança envolvidas no combate às chamas, Miguel Albuquerque observou, por fim, que "os fogos, com esta complexidade, não se combatem nem com achismos, nem com voluntarismos, nem de improviso. Combatem-se com conhecimento técnico do terreno, com experiência, com rigor, com sentido de planeamento e com o uso rigoroso dos recursos e dos meios que temos ao dispor face aos cenários de ameaça que são variados e diversos".
Albuquerque salientou que as prioridades num incêndio como este são sempre "a salvaguarda da vida humana, da integridade física das pessoas", seguido das "habitações e das infraestruturas públicas e o património natural".
"Tudo o que foi decidido foi no sentido de garantir a salvaguarda destas prioridades fundamentais. Lamento que os nossos profissionais tenham sido objeto de insultos alarves nas redes sociais sem qualquer fundamento ou justificação. Não é através do insulto gratuito que se combate estas situações", atirou o líder do Executivo madeirense.
De recordar que ao início desta manhã o incêndio que lavrou na Madeira durante 11 dias foi dado como controlado e em fase de rescaldo.
O comandante regional da Proteção Civil, António Nunes, afirmou, no entanto, que ainda possam haver alguns pequenos reacendimentos "normais".
"Há ainda alguns pontos quentes e poderá haver uns reacendimentos mais pequenos, que é normal que aconteçam", declarou o responsáveis, salientando que os operacionais continuam no terreno para controlar a situação e evitar os reacendimentos.
O incêndio deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.
O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.
Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas Miguel Albuquerque disse anteriormente que se trata de fogo posto.
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