Os relógios batiam as 5h10 quando, esta manhã, muitos portugueses foram acordados por um abalo. Nas redes sociais surgiam os primeiros relatos, que mais tarde viriam a ser confirmados pela Proteção Civil: Portugal ‘acordou’ a tremer. O que se passou, quais são os passos seguintes e o que há a temer?
O que aconteceu?
O distrito de Lisboa foi abalado por um sismo pouco depois das 5h da madrugada desta segunda-feira. O tremor foi sentido um pouco por todo o país, de acordo com a Proteção Civil, e muitos são os relatos de quem sentiu 'a casa a tremer'.
De acordo com o IPMA, trata-se de um sismo de magnitude 5.3 na escala de Richter, ocorrido às 5h11, a 16 km de profundidade, com epicentro a 58 quilómetros a oeste de Sines.
O sismo foi sentido na zona de Lisboa. A Proteção civil recebeu, contudo, um elevado número de chamadas telefónicas, da zona do Alentejo até Coimbra.
Notícias ao Minuto com Lusa | 05:36 - 26/08/2024
Calma e serenidade. O apelo do Governo
Na sequência do sucedido, o Governo apelou de imediato à população para que mantivesse a serenidade e seguisse as recomendações da proteção civil. Também Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que as autoridades estavam a trabalhar com "rapidez e eficiência" no acompanhamento da situação.
Em comunicado, o Governo, presidido atualmente pelo ministro Paulo Rangel, dado que Luís Montenegro está de férias, disse estar em coordenação estreita com todos os serviços relevantes na matéria.
"Apelamos à população para que mantenha a serenidade e siga as recomendações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil", é referido na nota.
Já o Presidente da República disse estar em contacto com o Governo e a acompanhar a situação no país. Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu "a competência e eficiência da Proteção Civil, que serenou" os portugueses minutos depois do sismo e considerou que o país já teve lições anteriores para que os efeitos de um possível sismo mais forte não tenha consequências devastadoras.
Marcelo já reagiu ao abalo.
Notícias ao Minuto | 08:03 - 26/08/2024
Medo, surpresa e estupefação. Relatos chegam de todo o país
"Recebemos muitas chamadas sobretudo de pessoas que queriam saber o que se passava e o que deviam fazer. A esta hora [06:00] ainda não conseguimos contabilizar o número de chamadas recebidas", começou afirmar, momentos depois do abalo, o comandante José Miranda, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Apesar de não haver o registo de vítimas nem de danos materiais, muitos foram os que partilharam o susto vivido.
"Eu acordei com as janelas, estores a bater e a casa a abanar, durante alguns segundos. Tenho três gatos, que se esconderam, apavorados. Moro em Vila Nova de Santo André, num terceiro andar. Nunca tinha sentido um sismo tão forte", relatou Vítor Joaquim Rodrigues ao Notícias ao Minuto.
São dezenas de relatos que nos chegam via email, oriundos de Abrantes, Lagos, Maia, Montijo, Barreiro, Porto, Torres Vedras, Matosinhos.
Um "evento atípico" mas dentro "da normalidade"
Pelas 8h, a Proteção Civil viria a público fazer uma comunicação sobre o terramoto. O Comandante Nacional da Proteção Civil, André Fernandes, fez saber que apesar de se tratar de "um evento atípico", tratou-se de um sismo "dentro da normalidade", sem a necessidade de ativar "planos especiais" de emergência.
O mesmo responsável fez saber que foram sentidas, após o abalo principal, "três réplicas" de 1.2, 1.1 e 0.9 na escala de Ricther. "Uma situação perfeitamente normal”, garantiu, informando, ainda que as autoridades estão em fase de "monitorização".
Já na antena da CNN, o comandante dos Bombeiros Jorge Mendes disse que é habitual após um sismo de maior magnitude sentir réplicas menos fortes.
"Desde 1969 que não se sentia nada com esta intensidade", informou, considerando que isto "é um alerta para que o país está sujeito a estes sismos e deve criar-se mecanismos preventivos para que não tenha consequências".
Sublinhe-se que, na madrugada do dia 28 de fevereiro de 1969, Portugal foi palco de um sismo considerado grave: com epicentro a 200 quilómetros de Sagres, alcançou os 7,9 na escala de Richter. Treze pessoas morreram e os estragos foram também elevados, especialmente no sul do país.
Já sobre o sismo de hoje, Marcelo afirmou esta manhã que "parece ter havido a aprendizagem de muitas lições e muitas mudanças de fundo, para que os efeitos sejam diferentes do que seriam noutras circunstancias".
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