Segundo essa autarquia do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, avança-se assim para a quarta fase da via pedonal e ecológica que, contando já com cerca de cinco quilómetros entre as freguesias de Fiães e Caldas de São Jorge, se propõe atravessar todo o concelho ao longo do rio, ligando as zonas de fronteira com os concelhos de São João da Madeira e Vila Nova de Gaia através de floresta e campos de cultivo.
"Este novo troço vai ligar o centro das Caldas de São Jorge, onde está o lago, ao Parque de Lazer de Nadais, na freguesia de Escapães, passando nesse trajeto pelo Parque da Várzea, em Pigeiros", revela à agência Lusa o presidente da Câmara, Amadeu Albergaria.
O novo caminho terá passadiço de madeira, mas vai abranger sobretudo zonas de terra batida, o que implicará a remoção de plantas invasoras ao longo de todo o percurso e a plantação de mais espécies autóctones.
A obra está estimada em 1,5 milhões de euros e o respetivo concurso público já está a decorrer, devendo a obra arrancar "no início de 2025" e ser executada "em 26 meses".
"Parece um prazo muito comprido, mas isso é porque a intervenção tem uma especificidade: como envolve muito trabalho de paisagismo, implica um ano de obras e depois mais 14 meses para se acompanhar a recuperação da envolvente natural do percurso", explica o autarca social-democrata.
A nova intervenção entre as Caldas e Escapães também prevê a recuperação do parque de lazer de Nadais, a reorganização do seu estacionamento e a instalação de zonas de estadia ao longo de todo o trajeto.
Especificamente em termos ambientais, além das "mais de 1.600 árvores" já referidas, a empreitada prevê ainda a plantação 4.700 arbustos e herbáceas de 20 espécies diferentes, e a criação de um "prado florido de 2.932 metro quadrados".
Para ajudar à estabilização dessa biodiversidade, a empreitada abrange ainda a construção ou recuperação de quatro açudes, duas escadas de peixes e uma levada, assim como "a construção de 840 metros quadrados de estacarias vivas, 653 metros de enrocamento vivo e 11 metros de gabião" com idêntico revestimento natural.
Depois de concluído o novo troço, aos Passadiços das Ribeiras do Uíma ficará a faltar uma intervenção em Lobão e em Canedo para ligação a Gaia, o que concluirá aquilo que Amadeu Albergaria define como "uma obra importantíssima de recuperação ambiental, tanto no curso do rio como nas suas margens".
O último passo será ligar o percurso do Uíma à freguesia de Romariz e à praia fluvial da Mâmoa, em Milheirós de Poiares, onde o rio já é o Ul. "São duas zonas que estão muito próximas dos passadiços do Uíma e queremos ligá-las", revela o presidente da Câmara, estimando gastar "dois milhões de euros para construir mais esses dois ou três quilómetros".
Independentemente do investimento em causa, Amadeu Albergaria realça "o enorme impacto" dos caminhos pedonais já existentes ao nível da saúde pública e do bem-estar comunitário. Uma vez que os cinco quilómetros entre Fiães e as Caldas recebem todos os dias dezenas de pessoas "que os procuram com regularidade para caminhar e correr, numa prática de exercício físico e convívio que é muito positiva para a sua qualidade de vida".
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