O ano de 2024 vai a pouco mais de meio, mas já ficou marcado por inúmeros fenómenos da natureza que acabaram por 'acordar' os portugueses.
O mais recente, recorde-se, aconteceu na segunda-feira. Portugal acordou a tremer, com um sismo de magnitude de 5,3 na escala de Richter. Este foi "um teste real" à capacidade de resposta a catástrofes, segundo o Governo, sem vítimas nem estragos, mas que tirou o sono a muitos portugueses.
Eram 05h11 da madrugada em Portugal continental quando o abalo com epicentro no mar, a 58 quilómetros a oeste de Sines, distrito de Setúbal, se fez sentir, sobretudo na faixa costeira do país. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) adiantou que recebeu chamadas de cidadãos desde a zona do Alentejo até Coimbra, mas que o sismo foi sobretudo sentido na área metropolitana de Lisboa, com maior incidência na península de Setúbal.
O sismo, que teve depois nove réplicas de pequena magnitude, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), foi também sentido em Espanha, especialmente nas províncias de Huelva e Sevilha, de acordo com o Instituto Geográfico Nacional espanhol, que registou uma magnitude de 5,5, mas também sem vítimas ou danos, tendo o Centro de Coordenação de Emergências 112 Andaluzia registado mais de 15 chamadas de pessoas que alertaram para o abalo.
Mas este foi apenas mais um de outros fenómenos que este ano chamaram a atenção do país. Só no mês de maio ocorreram, pelo menos, dois.
O primeiro tratou-se de uma forte tempestade solar de rara intensidade que assolou a Terra e que fez com que os céus de Portugal foram 'contemplados' com auroras boreais.
Nas redes sociais surgiram inúmeras fotografias de internautas que as vislumbraram. Entre as várias localidades onde surgiram registos fotográficos estão Chaves e Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, Bragança, Viseu, Seia e Celorico da Beira (Guarda), Condeixa (Coimbra) ou Portalegre.
Márcio Santos, criador da página 'Meteo Trás-os-Montes', apontou à agência Lusa, naquela altura, que a última grande aurora boreal em Portugal havia sido a 25 de janeiro de 1938.
Poucos dias depois, os céus voltariam a iluminar-se, mas por outra razão. Foi na noite de dia 18 que um grande clarão iluminou o céu noturno e surpreendeu todos os que o presenciaram. Esta 'bola de fogo', era, na verdade, um meteoroide.
Segundo dados do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (IAA-CSIC), o corpo celeste começou a uma altitude de cerca de 122 km sobre a localidade de Don Benito, província de Badajoz, em Espanha, deslocou-se para noroeste, atravessou Portugal e terminou a uma altura de cerca de 54 km sobre o Oceano Atlântico.
Mas, ao contrário do que se foi especulando, e apesar de a Proteção Civil ter chegado a dar o alerta e de ter feito buscas noturnas, as informações do projeto SMART - operado pela Southwestern Europe Meteor Network (SWEMN) a partir das estações de observação de meteoros localizadas em Huelva, La Hita (Toledo), Calar Alto, Sierra Nevada, La Sagra (Granada), Sevilha e Marçà (Tarragona) - adiantaram que nenhum fragmento chegou ao solo.
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