Em declarações à Lusa o presidente executivo da ADIFA, Nuno Flora, explicou que as "infraestruturas da distribuição farmacêutica, nomeadamente em termos de armazém, estão preparadas com geradores para substituição em caso de falhas elétricas".
"[A distribuição de medicamentos] está absolutamente normalizada. Inclusive, devo referir que no dia de ontem [segunda-feira] a nossa operação nunca parou. Tivemos sempre em contínuo de operação durante todo o dia", salientou.
Nuno Flora lembrou que os distribuidores já estavam preparados para uma situação de crise, porque aprenderam "um bocadinho no passado" com a pandemia da covid-19, em 2020, e com a greve dos motoristas de matérias perigosas, em 2019.
"Conseguimos manter, do ponto de vista da operação dos armazéns e do próprio transporte, a operação. Onde não correu tão bem foi do ponto de vista das comunicações. Foi um dia atípico no sentido em que não conseguimos obter as encomendas normais dos nossos clientes, principalmente das farmácias, porque houve muitos problemas de comunicação", realçou.
O responsável reforçou que "os distribuidores farmacêuticos aplicaram os seus planos de contingência, os seus planos de continuidade de negócio, e a operação decorreu sem problemas de maior e conseguiu-se continuar a fazer distribuição em todo o território nacional" na segunda-feira.
Nuno Flora indicou que os distribuidores estão preparados para "continuar a operação, recorrendo a fontes alternativas", durante alguns dias, dependendo "de cada armazém".
"Eu diria, que sem medidas, cinco, seis dias, uma semana, conseguir-se-ia manter a atividade. Caso fosse drasticamente afetada, então, tinham de ser aplicadas outras medidas, e ter-se-ia de reduzir o serviço normal. Nós ontem [segunda-feira] mantivemos a operação diária normal, com duas entregas diárias que fizemos às farmácias. Portanto, foram abastecidas ao final da tarde como num dia normal", disse.
Em relação a possíveis medicamentos danificados, Nuno Flora referiu que "não houve qualquer quebra", porque, "mal houve o corte, imediatamente entraram em funcionamento os geradores que estão associados às plataformas logísticas".
O presidente executivo da ADIFA acrescentou que "deve haver melhor articulação" entre todos e investimento do Estado, "para garantir que há uma continuidade das operações e não afetada por questão de comunicações ou por uma questão de trânsito condicionado".
"Temos de continuar a trabalhar neste sentido de aperfeiçoar estes mecanismos de atuação em situações de emergência", sublinhou.
Num comunicado hoje divulgado, a ADIFA reforçou a alerta para "a importância vital do reconhecimento da distribuição farmacêutica como infraestrutura crítica como forma de assegurar, em situações de emergência, o acesso rápido, seguro e contínuo a terapêuticas indispensáveis".
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do "apagão".
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.
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