O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, esteve hoje na CNN Portugal, a falar do apagão que afetou, na segunda-feira, durante várias horas, Portugal e Espanha.
O governante começou por salientar que as causas do corte geral de energia está ainda a ser apurado, no entanto, pelo que se sabe, não se tratou de um "ataque" ou "agressão hostil".
Uma vez que a falha no abastecimento de eletricidade teve origem em Espanha, o apuramento tem de ser feito "essencialmente", segundo Leitão Amaro, no país vizinho.
"Essa resposta [às causas] vai ter de ser dada com um apurado feito, essencialmente, em Espanha. O que sabemos hoje é que a causa não terá tido origem no serviço elétrico português. Terá tido origem em Espanha, terá sido um problema na rede de transporte, cuja causa ainda não está identificada. Em Portugal, não temos informação de nada que tenha a ver com um ciberataque ou alguma agressão hostil. Em Espanha, as autoridades ainda não apuraram o que aconteceu e tem de ser na rede espanhola que a identificação tem de ser feita", notou, garantindo que o Executivo está em "contacto permanente com Espanha", assim como com a Comissão Europeia e várias autoridades internacionais.
"Portugal consegue, durante muito tempo, consumir só a sua energia"
Sobre a alegada dependência de Espanha, no que se trata de abastecimento de energia, Leitão Amaro garantiu que, "neste momento, estamos a funcionar plenamente só com consumo nacional".
"Portugal consegue, durante muito tempo, consumir só a sua energia. Nós estamos ligados diretamente só a Espanha. Há até uma discussão política se não devíamos estar também ligados a França - nós defendemos sempre que sim. Há vantagens, normalmente, em pertencermos ao mercado europeu. O que acontece é que se estamos ligados ao mercado europeu, beneficiamos e compramos, mas também temos vulnerabilidades. E o ponto aqui, que merece avaliação e melhoria para o futuro, é a nossa resiliência e a nossa capacidade de resposta a variabilidades que possam existir na rede", clarificou.
Sobre as críticas feitas à comunicação do Governo com o país, o ministro considerou-as "profundamente injustas", uma vez que pouco mais de meia hora depois da falha, já estava "a falar às várias rádios" e depois às televisões a explicar o que se passava e as "prioridades, que era restabelecer energia e assegurar a continuidade os serviços públicos, em particular na Saúde".
Sobre o envio da mensagem da Proteção Civil, Leitão Amaro assumiu que é necessário "melhorar" e "perceber se é possível encontrar soluções alternativas", assim como quanto ao SIRESP que "não funcionou como devia".
Leia Também: País "ligado com normalidade" e noite sem incidentes de segurança