O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, garantiu, esta quinta-feira, que o navio que circula com bandeira portuguesa e que foi impedido de entrar nos portos da Namíbia "não transporta armas, nem munições, nem material de guerra" para Israel.
"O navio não transporta armas, nem munições, nem material de guerra, mas transporta explosivos para fins de produção comercial", afirmou em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, à margem de uma reunião de ministros da União Europeia (UE).
Segundo Rangel, "o destino que está certificado é Montenegro, no porto de Bar, e o porto de Koper", na Eslovénia.
"Queria reiterar algo que é fundamental: o primeiro governo a proibir a exportação de armas para Israel foi o nosso", garantiu. "Mesmo o governo anterior, não proibiu. Não houve exportações, mas não proibiu".
As declarações de Rangel surgem após o Bloco de Esquerda (BE) ter questionado o Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre um navio com bandeira portuguesa que foi impedido de entrar nos portos da Namíbia por transportar armas destinadas às forças militares israelitas.
Tirem a bandeira portuguesa das armas genocidas
— Bloco de Esquerda (@BlocoDeEsquerda) August 29, 2024
Exigimos a retirada imediata da bandeira portuguesa ao navio Kathrin que transporta explosivos para abastecer o exército israelita. 🧶 pic.twitter.com/ny9SF8Jqal
Segundo o BE, o cargueiro Kathrin está registado no Registo Internacional de navios da Madeira, o que, frisa o partido, "coloca Portugal na situação de cúmplice das atrocidades e crimes levados a cabo por Israel".
O governo namibiano indicou que o cargueiro em questão transporta oito contentores de explosivos Hexogen/RDX e 60 contentores de TNT com destino a Israel, que deverão ser descarregados em Koper, na Eslovénia.
O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda questionou o governo sobre se já ordenou a retirada da bandeira ao navio em questão ou se vai proibir qualquer navio com pavilhão português de se envolver no transporte de equipamentos militares para Israel.
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