Urgências fechadas? "Sempre que for necessário vamos recorrer a privados"
O próximo fim de semana vai ter constrangimentos tanto nas urgências de Ginecologia/Obstetrícia, tanto como Pediatria, em especial na região de Lisboa e Vale do Tejo. Em relação ao inverno, o CEO do SNS disse que já recebeu a "esmagadora maioria" das escalas para este período.
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País SNS
O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), António Gandra d'Almeida, esteve, esta quinta-feira, na SIC Notícias em entrevista, onde garantiu que todas as grávidas teriam "resposta" no próximo fim de semana, quando haverá constrangimentos nas urgências de Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria, em especial na região de Lisboa e Vale do Tejo.
"É preciso ter noção de que toda a população, todas as grávidas e crianças vão ser atendidas e vai haver uma resposta para elas. Isso é o mais importante, a segurança", começou por dizer, em entrevista à SIC Notícias.
O responsável foi confrontado com as urgências de portas fechadas a 31 de agosto e 1 de setembro, já que em Lisboa só estarão abertas as do Hospital de Cascais, a Maternidade Alfredo da Costa e as urgências de Vila Franca de Xira e Abrantes. "Estamos a trabalhar para reverter alguns dos casos. Temos urgências abertas na Margem Sul, que estão referenciadas ao CODU. Ou seja, sempre for necessário, o INEM liga e, se houver essa capacidade, os hospitais conseguem receber. O que é importante é funcionar em rede", respondeu.
Gandra d'Almeida sublinhou que as grávidas eram uma população que "preocupava" o setor, dadas as circunstâncias especiais, mas que o que era garantido era uma resposta do SNS, ainda que em rede, e ainda que não fosse "no local mais próximo".
"Esta articulação, dentro do SNS, com as diferentes unidades de saúde, está garantida. E vai haver resposta a todas as grávidas e crianças que necessitem", garantiu.
Gandra d'Almeida foi ainda confrontando com a possibilidade de recorrer ao privado, e garantiu que estes eram "ativados sempre que era necessário". "Sempre que for necessário vamos recorrer aos parceiros que têm disponibilidade para tal. Conseguimos garantir que esta resposta vai ser dada, quer pelo SNS, e, se necessário, recorrer aos privados", sublinhou.
O CEO do SNS revelou ainda que serão por volta de 27 grávidas as que foram atendidas nos hospitais privados neste verão no âmbito desta parceria. Mas o responsável afirmou ainda que não só esta população importava, mas também a restante população, como os idosos, por exemplo.
E o inverno? "Já temos esmagadora maioria das escalas"
Gandra d'Almeida foi também questionado sobre o futuro próximo, nomeadamente, o inverno, que costuma ser marcado por picos de infeções respiratórias e visitas às urgências. Sublinhando que "o verão não correu mal", o CEO falou da importância da vacinação e dos equipamentos de proteção individual. "O envio das escalas por parte dos hospitais está a acontecer. Já temos a esmagadora maioria", revelou, acrescentando que não era só o envio das escalas que importava, como também o funcionamento em rede.
Em relação à possibilidade de aumentar parcerias, Gandra d'Almeida garantiu que será feito sempre que necessário. "O SNS tem trabalho muito bem, tem dado cada vez mais", elogiou, depois de dizer que este era "uma riqueza" para o país.
"Até agora, este ano tivemos 40 mil cirurgias efetuadas", destacou, falando do aumento das intervenções no público.
Do Onco Stop às "novidades" no Plano de Emergência
Falando no âmbito do OncoStop 2024, programa que prevê a regularização das listas de espera para cirurgia oncológica, o CEO de SNS referiu que atualmente não há doentes oncológicos que tenham ultrapassado o tempo máximo de resposta recomendado. "Neste momento, não temos. Temos sim doentes sem patologia oncológica que ultrapassaram e nós queremos combater isso e operar o máximo de doentes possível", afirmou, dando conta de que há cerca de 40 mil utentes que já ultrapassaram o tempo máximo de resposta recomendado. "Em várias especialidades", afirmou.
Questionado sobre se estes números não exigem a criação de medidas excecionais, António Gandra d'Almeida referiu que está a ser criado "um novo sistema de incentivos, parcerias com os privados e com o setor social para ver o que é que conseguimos, com ajuda, diminuir isto e tentar controlar a lista para dar a melhor resposta".
Em relação ao Plano de Emergência e Transformação na Saúde, que previa até esta quinta-feira, numa primeira fase, implementar algumas medidas, Gandra d'Almeida foi questionado sobre algumas destas não terem sido implementadas nos três meses previstos. "Amanhã [sexta-feira] haverá novidades sobre isso e o plano vai ser explicado. Estivemos e estamos a ter um trabalho enorme para conseguir dar a melhor resposta possível à população. Este plano veio dar é os pontos onde temos apostado mais. Tem sido um êxito, como o Onco Stop", adiantou, dando conta de que o Ministério da Saúde ia fazer um balanço sobre o que se fez até agora no âmbito do plano.
Remetendo mais explicações para sexta-feira, o CEO do SNS garantiu que se estava a trabalhar em tudo o que estava previsto neste plano de emergência e que, "sim", todas as medidas iriam ser implementadas.
[Notícia atualizada às 23h18]
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